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Em carta de demissão, Araújo chama Bolsonaro de 'querido chefe' e se diz vítima de 'interesses escusos'

Por Redação em 29/03/2021 às 21:50:48
Ministro das Relações Exteriores deixou cargo após pressão de parlamentares, que vinham criticando atuação do Itamaraty na pandemia. Araújo foi substituído por Carlos Alberto França. Após forte pressão do Congresso, chanceler Ernesto Araújo deixa o cargo

Ao pedir demissão do cargo de ministro das Relações Exteriores, nesta segunda-feira (29), Ernesto Araújo enviou uma carta ao presidente Jair Bolsonaro na qual o chamou de "querido chefe" e disse ter sido vítima de "interesses escusos".

Ernesto Araújo vinha sendo criticado por parlamentares de diversos partidos por sua atuação durante a pandemia. O novo chanceler brasileiro será o diplomata Carlos Alberto Franco França, então assessor especial da Presidência.

Após o anúncio oficial da saída, Araújo publicou a carta de demissão em uma rede social. Agradeceu Bolsonaro pelo convite para ser ministro e negou que a demissão tenha relação com a atuação na pandemia.

"Surgiu nestes últimos dias uma situação que me torna impossível seguir trabalhando por nossos ideais na posição que neste momento ocupo. Ergueu-se contra mim uma narrativa falsa e hipócrita, a serviço de interesses escusos nacionais e estrangeiros, segundo a qual minha atuação prejudicaria a obtenção de vacinas. Exibi todos os fatos que desmentem tais alegações", escreveu.

No texto, Araújo afirmou que colocou o cargo à disposição "em benefício do projeto de transformação nacional" que Bolsonaro "encabeça".

'Comunavírus'

Durante a pandemia, Ernesto Araújo chamou a Covid-19 de "comunavírus" e afirmou que a adoção de medidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para conter a pandemia era "apenas o primeiro passo na construção da solidariedade comunista planetária."

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o Itamaraty precisava "funcionar, deixar a ideologia de lado e negociar com todos os países" a compra de vacinas contra a Covid-19.

Além disso, o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou que o trabalho do Itamaraty estava "aquém do desejado".

O próprio líder do governo Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), criticava o ministro. À colunista do G1 e da GloboNews Andreia Sadi, Barros disse que Ernesto Araújo não tinha "ambiente para resolver o problema" da pandemia, que seria buscar vacinas para o Brasil.

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Narrativa

A situação do ex-chanceler, que já era considera difícil, ficou insustentável após Araújo insinuar em uma rede social que a senadora Kátia Abreu (PP-TO) fez lobby a favor da China na discussão da implementação do 5G no Brasil.

A parlamentar negou a insinuação de Araújo e pediu a saída do diplomata, solicitação reforçada por outros senadores.

Segundo o colunista do G1 e da GloboNews Gerson Camarotti, Araújo tentou criar uma narrativa para não colocar sua demissão na conta da política externa.

Fonte: G1

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