O Conselho de Segurança das Nações Unidas discutiu pela primeira vez, nesta quinta-feira (9), a crise causada pelo novo coronavírus. A instituição reiterou amplo apoio ao trabalho que o chefe do grupo, António Guterres, está realizando, e apelou para o monitoramento do impacto da pandemia sobre a paz, a segurança e os direitos humanos.
Criticado por sua paralisia inicial, o mais alto órgão decisório da ONU finalmente decidiu começar a enfrentar o vírus. A conversa foi feita em uma reunião privada e via videoconferência. O encontro foi solicitado por um grupo de integrantes não permanentes.
Guterres participou e afirmou que o mundo está enfrentando seu teste mais difícil desde a fundação das Nações Unidas e apelou para a unidade da comunidade internacional.
Segundo o português, além de uma enorme crise sanitária e econômica, o coronavírus pode ter um claro impacto na paz e na segurança, área de competência direta do Conselho de Segurança, que ele pediu para se envolver.
Guterres, cujo discurso foi transmitido pela ONU, ressaltou que a Covid-19 e suas consequências podem levar a um aumento da agitação social e da violência, o que pode minar os esforços de combate à doença.
Ele também alertou para o perigo de grupos terroristas verem uma oportunidade de atacar, terem acesso a cepas para usar como armas biológicas, retardar os processos de paz em andamento e aumentar as violações dos direitos humanos sob o pretexto de frear o coronavírus.
Países como a China têm sido relutantes em deixar o Conselho de Segurança tratar do Covid-19, vendo-o principalmente como uma emergência sanitária, enquanto outros Estados membros insistem que as ramificações para outras áreas precisam ser tratadas.
* Com EFE
Fonte: JP