O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do ano passado foi recebido com alívio dentro do governo. O tombo, de 4,1%, foi bem menor do que as previsões iniciais.
Assessores presidenciais alertam, porém, que o cenário para 2021 preocupa e pode até ser pior que 2020. Sem vacinas, dizem, o "país vai para o buraco".Na avaliação do Ministério da Economia, o desempenho do PIB do ano passado foi melhor do que o previsto graças às medidas adotadas pela equipe econômica durante 2020, como o pagamento do auxílio emergencial e o programa de preservação de empregos.PIB do Brasil despenca 4,1% em 2020; Miriam Leitão comentaNão fossem essas ações, o tombo teria sido maior. As previsões iniciais apontavam para um recuo entre 8% e 9%.Só que o alívio ficou no ano passado. Interlocutores do presidente da República estão preocupados com o cenário deste início de 2021. Há um risco real de a economia registrar retração.Os principais motivos para a desaceleração da economia nos primeiros meses de 2021 são o agravamento da crise do coronavírus e o fim do pagamento do auxílio emergencial, que deve ser retomado a partir deste mês.A desaceleração já está contratada, com vários Estados adotando medidas de restrição de atividades, mas ela pode virar um recuo.A única solução segura é a vacinação em massa. Essa já era a avaliação de economistas e especialistas da saúde. Agora, a ficha caiu também no Palácio do Planalto. O presidente Bolsonaro tem orientado sua equipe a acelerar as providências para aumentar o número de doses de vacinas.O problema, admitido por assessores do próprio presidente, é que o governo não priorizou, no ano passado, a compra de vacinas e se envolveu em guerras políticas em vez de se preparar para o pior. "Infelizmente, o governo ficou imobilizado pelo negacionismo do presidente e, agora, a crise piorou e muito", disse ao blog um interlocutor presidencial.VÍDEOS: assista a mais notícias sobre economiaFonte: G1