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Primeiro dia de Lira na presidência da Câmara é marcado por desentendimentos e disputa

Por Redação em 02/02/2021 às 21:58:35
Arthur Lira, do PP, conquistou a presidência da Câmara com o apoio do presidente Jair Bolsonaro. No primeiro ato, ele afastou da direção da Casa deputados que não o apoiaram na eleição, mas recuou e transferiu para esta quarta-feira (3) a nova composição da Mesa.

Primeiro dia de Lira na presidência da Câmara é marcado por desentendimentos e disputa

O deputado Arthur Lira, do PP, foi eleito, na noite de segunda-feira (1), o novo presidente da Câmara. O primeiro dia dele no cargo foi teve desentendimentos e disputa.

Foi uma vitória com o dobro dos votos do segundo colocado. Arthur Lira, do Progressistas, líder do Centrão, que teve a candidatura impulsionada pelo governo Jair Bolsonaro, recebeu 302 votos, contra 145 de Baleia Rossi, do MDB, seu principal adversário, apoiado por Rodrigo Maia, ex-presidente da Casa. Teve muito mais votos que os 237 deputados dos 11 partidos que apoiaram oficialmente sua candidatura - demonstrando que muitos abandonaram Baleia ao longo do caminho.

Antes do discurso da vitória, já perto da meia-noite desta segunda (01), Lira pediu um minuto de silêncio pelas vítimas da Covid e disse que é preciso vacinação em massa e responsabilidade fiscal.

“Precisamos urgentemente amparar os brasileiros que estão em estado de desespero econômico por causa da Covid-19 e que temos que examinar como fortalecer nossa rede de proteção social. Temos que vacinar, vacinar, vacinar o nosso povo. Temos de buscar o equilíbrio de nossas contas públicas”, proferiu Lira.

Na primeira vez em que se dirigiu ao plenário como o novo presidente da Câmara defendeu o tratamento igualitário entre os partidos e parlamentares. Mas, no primeiro ato, o primeiro conflito.

Arthur Lira anulou a decisão de Rodrigo Maia, do Democratas, tomada horas antes, que reconheceu o registro do bloco de partidos ligado ao adversário, Baleia Rossi.

“Decide esta presidência tornar sem efeito a decisão que deferiu o registro do bloco PT, MDB, PSDB, PSD, PDT, Solidariedade, PC do B, Cidadania, PV e Rede”, disse Lira.

O prazo para a inscrição dos blocos terminou ao meio-dia desta segunda (01).

Lira disse que o PT só registrou adesão ao bloco de baleia seis minutos depois. Mas Rodrigo Maia aceitou o argumento do grupo de que o atraso foi causado por uma falha no sistema da Câmara e validou o bloco.

Lira e Maia chegaram a bater boca durante a reunião de líderes que antecedeu a eleição.

A formação de blocos impacta diretamente na definição da Mesa Diretora da Câmara, porque os cargos são decididos com base no número de deputados de um partido ou bloco. Quanto mais deputados, maior o espaço na mesa diretora, com a vantagem também de escolher os melhores cargos.

Além do presidente, a Mesa Diretora da Câmara é formada por dois vice-presidentes, 4 secretários titulares e 4 suplentes. Cada cargo tem funções administrativas diferentes, como autorizar viagens, reembolso de verbas e uso de apartamentos funcionais.

Na prática, a decisão de Lira anulou a votação desta segunda-feira para os cargos da Mesa - que assegurava espaço para aliados de Baleia Rossi e marcou nova eleição para esta terça-feira (02).

Houve protestos no plenário, ignorados pelo novo presidente da Câmara, que encerrou a sessão.

Ele estava sendo aguardado para a festa da vitória em uma casa num bairro nobre de Brasília.

Sem máscara, Lira recebeu entusiasmados abraços e outros cumprimentos de dezenas de pessoas. Quase todos também sem máscara.

O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, era um deles. Nesta terça, Lira e Ramos não quiseram se manifestar sobre a festa.

Ainda na noite desta segunda (01), durante a festa, negociadores entraram em ação para apaziguar os ânimos. As conversas se estenderam ao longo do dia desta terça (02) e a votação da Mesa Diretora teve que ser adiada.

O PDT - um dos partidos prejudicados - entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal para anular a decisão de Arthur Lira.

Depois de três tentativas frustradas, no fim da tarde os líderes dos partidos se reuniram em busca de um acordo; e os dois lados chegaram a um consenso.

O bloco de apoio a Baleia Rossi não foi oficialmente reconhecido, mas ficará com cinco dos dez cargos da Mesa, incluindo a primeira, segunda e terceira secretarias.

Os dois vice-presidentes, os primeiros na linha de sucessão de Lira, serão aliados dele. A nova votação será na manhã desta quarta (03), para que o plenário oficialize o acordo.

Fonte: G1

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