Calendario IPVA 2024

Pazuello reconhece 'colapso' na saúde de Manaus e diz que fila por um leito é de quase 500 pacientes

Por Redação em 14/01/2021 às 21:59:31
Ministro da Saúde deu declarações durante transmissão ao vivo ao lado do presidente Jair Bolsonaro. Média móvel de mortes no Amazonas cresceu 183% nos últimos sete dias. Em Manaus, hospitais lotados ficam sem oxigênio e pacientes são transferidos para outros estados

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse nesta quinta-feira (14), durante transmissão ao vivo por uma rede social ao lado do presidente Jair Bolsonaro, que há um "colapso" no sistema de saúde de Manaus. Segundo afirmou, 480 pessoas que contraíram Covid-19 esperam por um leito hospitalar na capital do Amazonas. "Está complicada a situação lá", afirmou Bolsonaro.

A média móvel de mortes cresceu 183% no Amazonas nos últimos sete dias. Mais de 5,8 mil pessoas morreram em razão da doença no estado. O número de internações na capital Manaus atingiu 2.221 de 1º a 12 de janeiro. Anteriormente, o número máximo de internações havia sido registrado em abril passado (2.128).

Com o recorde de internações, unidades de saúde ficaram sem oxigênio. O estado está sendo obrigado a enviar pacientes para outros estados. Além disso, os cemitérios estão lotados — ampliaram o horário de funcionamento e instalaram câmaras frigoríficas. Para tentar frear a expansão do vírus, o governo estadual decidiu proibir a circulação de pessoas entre 19h e 6h em Manaus.

“Agora, nós estamos novamente em uma situação extremamente grave em Manaus. Eu considero que, sim, há um colapso hoje no atendimento de saúde em Manaus. A fila para leitos, ela cresce bastante. Já estamos hoje em 480 pessoas na fila”, declarou Pazuello.

Durante a transmissão ao vivo, Pazuello relacionou os motivos que, segundo ele, levaram Manaus ao atual estágio de infecções e mortes provocadas pela Covid-19.

De acordo com o ministro, a epidemia de Covid em Manaus se agravou devido a questões climáticas, à falta de infraestrutura hospitalar e recursos humanos, e à ausência de “tratamento precoce” da doença provocada pelo coronavírus.

Na transmissão, Bolsonaro voltou a defender para fins preventivos o uso de hidroxicloroquina, ivermectina, nitazoxanida, zinco e vitamina D, substâncias para as quais não há comprovação científica de eficácia, mas, no entendimento do presidente, há comprovação "observacional".

Pazuello também acrescentou que Manaus “não teve a efetiva ação no tratamento precoce com o diagnóstico clínico, no atendimento básico”. Isso, segundo ele, “impactou muito a gravidade da doença”.

O ministro da Saúde afirmou ainda que os próximos “cinco, seis dias”, enquanto suprimentos do governo federal não chegarem a Manaus, serão “os períodos mais críticos” na cidade.

Sobre a falta de oxigênio, Pazuello disse que há uma “diminuição” na oferta da substância e não uma “interrupção”. Ele afirmou que a demanda por oxigênio em Manaus “subiu seis vezes” nos últimos dias.

“Todo o tratamento da Covid é baseado em algum grau de oferta de oxigênio. Então, há uma redução da oferta e nós estamos priorizando esse oxigênio para atender as UTIs e trabalhando para entregar mais oxigênio”, disse.

Sobre as questões climáticas que, na interpretação do ministro, colaboraram para a crise em Manaus, Pazuello afirmou:

“Nós já estamos no período chuvoso, novamente, no Amazonas. Não só no Amazonas, mas no Norte do país e em parte do Nordeste, já é o período chuvoso. E, no período chuvoso, a umidade fica muito alta e você começa a ter complicações respiratórias. Então, esse é um fator”, afirmou o general do Exército.

Segundo o ministro, a infraestrutura hospitalar na capital do Amazonas, no atendimento especializado, é uma das menores no país, relativamente.

“Se você juntar esses dois fatores, e colocar o clima, você vai ter uma grande procura por estrutura e por tratamento especializado”, disse.

VÍDEOS: vacinas contra a Covid-19

Fonte: G1

Comunicar erro
Radio Jornal de Caceres
InfoJud 728x90
Combate a dengue 2023