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Polícia avalia viabilidade de confronto balístico em fragmento de bala encontrado em corpo de uma das meninas morta em Caxias, RJ

Por Redação em 10/12/2020 às 03:04:45
Segundo a Polícia Civil, uma testemunha afirmou em depoimento ter visto tiros serem disparados de dentro de uma viatura da PM. Cinco policiais ouvidos negam ter disparado qualquer tiro na noite de sexta-feira. Avenida Gomes Freire, em Duque de Caxias; carro da PM passou pela via, próxima do local onde vítimas teriam sido atingidas

Reprodução/Arquivo Pessoal

O setor de balística do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) vai avaliar se há viabilidade para a realização do confronto balístico de um fragmento de bala de fuzil encontrado no corpo de uma das meninas mortas em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, com as armas de policiais que estavam na região.

Uma testemunha afirmou em depoimento que viu os tiros serem disparados de dentro de uma viatura da PM.

O projétil, encontrado na barriga da vítima, será avaliado pela perícia. Imagens de uma câmera arrecadadas pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense vão também ser avaliadas para saber um pouco mais sobre a movimentação do carro da PM na noite das mortes.

Emilly e Rebeca foram assassinadas enquanto brincavam na porta de casa, em Duque de Caxias

Reprodução/TV Globo

Os depoimentos das testemunhas ouvidas até agora pela DHBF, tanto de policiais quanto de vizinhos das primas, são unânimes: não havia criminosos armados ou confronto no momento em que os disparos atingiram as primas Emilly, de 4 anos, e Rebeca, de 7 anos, na Rua Binha, próxima a Avenida Gomes Freire.

A via é citada por testemunhas como o local de onde os tiros teriam sido disparados pelos PMs. As vítimas foram atingidas quando brincavam na porta de casa na comunidade Santo Antônio.

PMs voltam a negar que dispararam

Na quarta-feira (9), mais três PMs foram ouvidos pela DHBF. Outros dois já tinham sido ouvidos no sábado (5). Todos afirmaram que estavam na região para tentar recuperar um carro roubado, que alegaram que estava na comunidade do Sapinho, e negaram ter disparado qualquer tiro na noite de sexta-feira.

Os policiais ouvidos disseram que, depois de não terem obtido sucesso em terem conseguido encontrar o carro roubado, voltaram à base onde estavam, na Avenida Gomes Freire. Só depois disso, ouviram os disparos dentro da Rua Binha. Mais uma vez, todos negaram ter feito qualquer disparo.

Logo depois, já no Batalhão, eles contaram à polícia que souberam pelo rádio que duas crianças haviam sido baleadas.

As armas - 5 pistolas e 5 fuzis - foram apreendidas pela Polícia Civil. Os fuzis eram de dois diferentes calibres, segundo a DHBF: 762 e 5,56.

Na segunda-feira (7), a Polícia Militar afirmou que seria "leviano" acusar os policiais pelos disparos que mataram as meninas em Duque de Caxias antes das investigações.

Parentes relatam desespero

Polícia encontra fragmento de bala de fuzil no corpo de uma das meninas mortas em Caxias

As mães e avó das meninas prestaram depoimento na tarde de terça (8) na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), em Belford Roxo.

“No momento do crime eu desci do ônibus, entrei na minha rua, vi a blazer parada atirando para a minha rua e aí que fui de novo olhar, eu eu vi a Emilly. 'Gente, era a Emilly mesmo'. E a minha neta estava lá no chão. Infelizmente perdi as duas meninas”, disse Lídia Silva dos Santos, avó de uma das crianças.

A família foi até a delegacia acompanhada da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ.

Segundo o advogado de defesa da família, Rodrigo Mondego, as testemunhas viram o momento que os disparos foram feitos de um carro da Polícia Militar.

“Todas as testemunhas são categóricas em dizer: o tiro partiu da viatura da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro que estava na esquina, cerca de 50 metros de onde estavam as meninas”, afirmou Mondego.

Fonte: G1

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