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Eleições de 2020 têm candidatos que não receberam nenhum voto

Por Redação em 30/11/2020 às 22:03:33
Para a Organização Transparência Partidária, que fez o levantamento, pode ser um indício de irregularidades. Nem os próprios candidatos votaram neles mesmos. Eleições de 2020 tiveram candidatos que não receberam nenhum voto

As eleições de 2020 tiveram candidatos que não receberam nenhum voto. Zero. Indício de irregularidade, segundo a Organização Transparência Partidária, que fiscaliza os recursos eleitorais.

Para eles, a urna não fez o barulhinho. Nem os próprios candidatos votaram neles mesmos. Mas quase R$ 15 milhões foram direcionados para essas candidaturas. O dinheiro é público, do fundo eleitoral.

O Brasil teve mais de meio milhão de candidatos; 2.221 receberam recursos públicos, mas não tiveram voto algum. Desse total, 1.421 nem apareceram nas urnas: foram barrados pela Justiça, renunciaram ou não puderam disputar por outros motivos; 800 chegaram até o fim das eleições, mas não tiveram nenhum voto.

Os números são da Organização Transparência Partidária, que fiscaliza o uso do fundo eleitoral com base nos dados do Tribunal Superior Eleitoral.

Para o TSE, essas candidaturas sem voto nenhum podem sugerir desvios de dinheiro público que é usado para o financiamento de campanhas. O tribunal afirmou ainda que olha todos os gastos em busca de possíveis irregularidades que podem ser encaminhados ao Ministério Público Eleitoral para investigação.

Pela lei, os partidos são obrigados a ter no mínimo 30% de mulheres candidatas. Mas, para cientistas políticos, essas candidaturas podem existir só no papel.

“Já constatamos em eleições anteriores que muitas das candidaturas de mulheres foram apresentadas para cumprir apenas os requisitos legais”, diz Marcelo Issa, do Transparência Partidária.

“Eu classifico como candidatos laranja. Não há outra explicação possível que não essa. Uma candidatura que tenha recebido para você alavancar votos e não tenha recebido nenhum voto é porque isso foi transferido”, analisa Mayra Goulart, do Departamento de Ciência Política da UFRJ.

“É preciso criar mecanismo de auditorias mais eficientes e, também, penalizar de maneira mais severa as agremiações que realizarem esse tipo de expediente”, afirma Issa.

Fonte: G1

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