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Barroso determina afastamento de Chico Rodrigues do Senado

Por Redação em 15/10/2020 às 17:40:27

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, determinou nesta quinta-feira, 15, o afastamento do senador Chico Rodrigues (DEM) do cargo. A decisão, que determina o afastamento por 90 dias, proíbe, ainda, que o ex-representante do governo no Senado tenha contato com investigados. Chico Rodrigues foi flagrado com R$ 30 mil na cueca durante ação da Polícia Federal (PF) que investigava desvio de recursos públicos no combate ao novo coronavírus em Roraima. O parlamentar, que era vice-líder do governo, foi deposto do cargo que ocupava desde o mês de março após um despacho publicado pelo presidente Jair Bolsonaro no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta.

"Diante da não configuração de situação de flagrância e da fundada dúvida sobre a possibilidade de decretação de prisão preventiva, impõe-se o afastamento do Senador da função parlamentar, de modo a impedir que se utilize de seu cargo para dificultar as investigações ou para, ainda mais grave, persistir no cometimento de delitos", afirma a decisão de Barroso. O caso será enviado ao Senado, que vai deliberar se mantém ou não o afastamento do parlamentar. Na decisão, Barroso chegou a transcrever trecho do relatório policial sobre o momento no qual Chico Rodrigues foi abordado pelos policiais federais.

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Na ocasião, Pinheiro teria pedido para ir até o banheiro, mas teve um "grande volume, em formato retangular, na parte traseira das vestes" notado pelo delegado. Ele foi revistado e, a princípio, R$ 15 mil foram encontrados nas vestes. Em seguida, perguntado novamente sobre se tinha mais valores em espécie, "com bastante raiva, o Senador Chico Rodrigues enfiou a mão em sua cueca, e sacou outros maços de dinheiro, que totalizaram a quantia de R$ 17.900,00". Apesar dos fatos, Barroso negou o pedido de prisão e de confinamento domiciliar pedido pela Procuradoria Geral da República (PGR). O momento no qual o delegado revista as vestes íntimas do senador foi filmado por policiais federais, mas a decisão de Barroso determinou que o vídeo fosse mantido em sigilo em um cofre da PF, considerando que ele "exibe demasiadamente a intimidade do investigado e não produz acréscimo significativo à investigação".

Mais cedo, antes de Chico ser deposto do cargo, um líder governista disse àJovem Pan que a repercussão do caso tornou insustentável a permanência do senador como vice-líder. "Pegou muito mal", resumiu. A operação que atingiu o senador ocorreu no mesmo dia em que Bolsonaro afirmou que daria "uma voadora no pescoço" de quem cometesse corrupção em seu governo. "Se acontecer alguma coisa, a gente bota para correr, dá uma voadora no pescoço dele. Mas não acredito que haja no meu governo", disse a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada. O presidente da República também citou uma declaração dada no dia 7 de outubro, na qual afirmou que acabou com a Operação Lava Jato porque não havia mais corrupção em seu governo. "Acabou a Lava Jato, pessoal? A PF está lá em Roraima hoje. Para mim, não tem. No meu governo não tem, porque botamos gente lá comprometida com a honestidade, com o futuro do Brasil", afirmou.

Fonte: Política

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