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Presidente tem votos suficientes para sobreviver à moção de vacância. Presidente do Peru, Martín Vizcarra, faz pronunciamento nesta sexta-feira (18) em julgamento no CongressoPresidência do PeruO presidente do Peru, Martín Vizcarra, sobreviveu nesta sexta-feira (18) à votação de impeachment no Congresso. Por volta das 23h50 (de Brasília), ele obteve 44 votos contrários à vacância — o que garantiria que a destituição não chegaria aos 87 dos 130 votos dos parlamentares.O processo de impeachment contra Vizcarra, de 57 anos, foi aberto na semana passada, depois do vazamento de áudios que, segundo parlamentares, mostram o presidente tentando minimizar a sua relação com o cantor Richard Cisneros, investigado por conta de contratos irregulares com o governo.Nos áudios, Vizcarra conversa com duas assessoras sobre as idas de Cisneros ao palácio presidencial e pede para que mintam em um inquérito parlamentar.Em seu discurso diante dos parlamentares, o presidente colocou-se à disposição do Ministério Público e fez um apelo para que os congressistas "não se distraiam" neste momento em que o país enfrenta a crise do coronavírus. Segundo o mandatário, até o momento, não há comprovação de irregularidades que justificassem a sua destituição. "O único ato ilegal que está comprovado até agora é a gravação clandestina", afirmou.Derrota no Tribunal ConstitucionalNa quinta-feira (17), o Tribunal Constitucional rejeitou uma medida cautelar solicitada por Vizcarra para suspender o julgamento. A juíza Marianella Ledesma destacou que o tribunal não concedeu a medida, porque "o risco de vacância diminuiu", sinal de que os inimigos de Vizcarra não teriam votos para destituí-lo, segundo a agência France Presse.A imprensa local avalia que é muito improvável que os deputados votem em maioria pela sua saída. César Acuña, chefe do segundo maior partido no Congresso e possível candidato nas eleições presidenciais de 2021, já afirmou que uma derrubada de Vizcarra "só poderia agravar" a situação atual do país, já fragilizado pelo impacto da crise provocada pelo novo coronavírus.A aprovação do impeachment no Congresso exigiria 87 votos dos 130 parlamentares. Na abertura do processo, a oposição conseguiu 65 votos (21 deles do Alianza para el Progreso, de Cesar Acuña).Apesar do desgaste, Vizcarra mantém alta a sua popularidade. Uma pesquisa da Ipsos apontou que oito a cada dez peruanos querem que ele permaneça à frente do Executivo. 'Complô contra a democracia'A abertura do processo de impeachment acontece em meio a confrontos entre o Legislativo e o Executivo pela aprovação de uma reforma política promovida pelo governo. A mudança deixaria candidatos condenados pela Justiça fora das eleições.Vizcarra, um centrista que assumiu a presidência em 2018 após a renúncia de Pedro Pablo Kuczynski, acusa o Congresso de "complô contra a democracia". Ele não tem representação no Congresso e não pode concorrer nas eleições do próximo ano devido aos limites constitucionais.Congresso do Peru aprova abertura de processo de impeachment contra Martin VizcarraVeja vídeos das principais notícias internacionais: