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Menino com 10% da visão tem aulas adaptadas pela mãe na zona rural de Jundiaí durante a pandemia

Por Redação em 08/08/2020 às 08:20:35

Victor Robusti, de 9 anos, mora na Serra do Japi e cumpre aulas a distância até a escola reabrir. Andrea Pereira e Victor Robusti durante as aulas a distância

Arquivo Pessoal

É através do tato e audição que Victor Robusti, de 9 anos, aprende sobre as ciências e exatas. Morador da zona rural de Jundiaí (SP), no pé da Serra do Japi, ele é um dos estudantes com deficiência visual que foram afetados pela pandemia da Covid-19, quando as aulas presenciais passaram a ocorrer a distância.

Victor, então, passou a cumprir as aulas e atividades todos os dias com o acompanhamento da mãe Andrea Pereira, de 45 anos, estudante de psicologia. Ao G1, a mãe contou que as tarefas são enviadas por e-mail e pelo grupo de WhatsApp criado pelos professores da EMEB Geraldo Pinto Duarte Paes, onde Victor estuda.

"Todos os dias ele levanta às 8h, toma café e depois a gente vai para o dever. Como a visão dele cansa, ele lacrimeja e dá até dor de cabeça. Eu imprimi as atividades em papéis grandes para facilitar e ele aprende pelo tato também", conta Andrea.

Andrea adaptou as tarefas ampliando em papéis maiores para facilitar o aprendizado de Victor

Aquivo Pessoal

Como ambos moram em uma área afastada, o isolamento social não foi algo muito diferente do que estavam acostumados, segundo a mãe.

"Se ele não estivesse nesse lugar, ele não teria o desenvolvimento perfeito que ele está tendo. Cada dia ele faz uma coisa nova, é lindo de ver", comenta a mãe.

De acordo com a Prefeitura de Jundiaí, aproximadamente 800 alunos com deficiências são acompanhados pela Unidade de Gestão de Educação (UGE) durante a pandemia. A deficiência visual representa uma minoria, sendo penas 19 alunos, ou cerca de 2,3% do total, e que inclui baixa visão, cegueira e surdocegueira.

Diagnóstico

Segundo Andrea, Victor foi diagnosticado com uma inflamação no nervo ótico aos dois anos e hoje tem apenas 10% da visão. A mãe conta os detalhes sobre como descobriu que o filho tinha perdido a visão.

"Não teve nenhum sintoma. Certo dia de manhã, dia 13 de junho, eu liguei a televisão e ele disse "mãe, não estou enxergando". Até que o percebi se segurando nas paredes e vi que era real", relata a mãe.

Victor passou um mês fazendo tratamento na capital de São Paulo para descobrir o que tinha acontecido.

Depois do diagnóstico, Andrea conta que Victor ficava muito inquieto e levou um tempo para se adaptar. O pai dele também tem deficiência visual, sequela de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

'Ele vai para o mundo de bicicleta'

Em entrevista ao telefone, Victor teve a sinceridade de toda criança e afirmou que não sente falta da escola. A mãe interrompeu com risadas e afirmou que, na verdade, ele se acostumou com as aulas em casa.

"Ele prefere estudar a distância por ser maleável o horário, ter um biscoito ao lado. Mas ele sente falta dos amigos. Sente muita falta."

Uma das maiores alegrias que Andrea conta com entusiamo é que o filho aprendeu a andar de bicicleta sem as rodas de apoio. Algo que, nas palavras de Victor "foi legal pra caramba".

"Ele vai para o mundo de bicicleta. Não tenho medo de como vai ser o futuro dele, porque tenho certeza que será brilhante. Ele é capaz de fazer qualquer coisa. É uma pessoa muito forte e otimista", finaliza Andrea.

Victor vive na zona rural de Jundiaí (SP), em uma fazenda isolada

Arquivo Pessoal

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Fonte: G1

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