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Justiça manda soltar segundo suspeito de envolvimento no acidente que matou trabalhador na BR-277, em Curitiba

Por Redação em 06/08/2020 às 17:10:55

Médico Ulisses Misina Ribeiro estava preso desde terça-feira (4); decisão ocorreu, nesta quarta (6), após pedido de habeas corpus feito pela defesa dele. O acidente aconteceu em 13 de julho. Justiça manda soltar segundo suspeito de envolvimento no acidente que matou trabalhador na BR-277, em Curitiba

Murilo Souza/RPC

O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) aceitou o pedido de habeas corpus feito pela defesa de Ulisses Misina Ribeiro, suspeito de estar envolvido no acidente que matou o trabalhador, Marcelo da Trindade, em julho, na BR-277, em Curitiba.

O documento foi assinado, nesta quarta-feira (6), pelo desembargador Clayton Camargo.

Ulisses Misina Ribeiro é médico e tem 43 anos. Ele estava preso desde terça-feira (4). No interrogatório, ele disse que estava voltando de uma viagem com a esposa e os dois filhos, de quatro e oito anos, e afirmou que não estava praticando racha.

Também disse que não viu o acidente envolvendo a BMW e que estava com o vidro fechado e escutando música. Além disso, argumentou que se tivesse visto o acidente teria parado para prestar socorro porque é médico e já trabalhou no Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate).

Por meio de nota, a defesa dele disse que o "TJ concedeu o habeas corpus em razão da ausência de motivos para a prisão".

Afirmou ainda que o inquérito vai comprovar a inocência dele, "que não teve qualquer responsabilidade pelo trágico acidente, na linha das conclusões do laudo da polícia científica".

Marcelo estava trabalhando no canteiro central da BR-277, em Curitiba, quando foi atingido pelo carro

Arquivo pessoal

Acidente

O acidente aconteceu na tarde 13 de julho. Um motorista capotou uma BMW e atropelou o trabalhador enquanto ele realizava o trabalho na rodovia, conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

De acordo com a concessionária RodoNorte, o motorista invadiu o sentido contrário da BR-277 após o capotamento e atingiu o trabalhador na outra pista.

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Em depoimento, Silvio afirmou que foi fechado pelo Volvo e freou. Ele relatou ainda que, para não colidir com o veículo Volvo, acabou jogando o carro um pouco para a esquerda, no canteiro, para evitar a colisão. Ele responde ao inquérito em liberdade.

Segundo a investigação, após capotar e antes de sair do veículo, o motorista de BMW Silvio Eduardo de Alencar mandou um áudio para a mãe dele se dizendo um homem de sorte. De acordo com a Polícia Civil, ele tirou selfies com o carro em movimento e depois do acidente.

Por meio de nota, a defesa de Silvio Eduardo de Alencar disse que a foto foi tirada dentro do carro porque ele estava tentando desbloquear o celular para ligar para a emergência. Além disso, afirmou que Silvio só soube que tinha atropelado o homem um tempo depois.

BMW capotou e matou um funcionário terceirizado da concessionária, que fazia a limpeza do canteiro central da BR-277

Jurandir Chaves/RPC

Investigação

No relatório preliminar da Polícia Civil, os investigadores dizem que "a frieza, irresponsabilidade e inconsequência" de Silvio espantou a equipe ao encontrar selfies dentro do veículo capotado e fora dele, "demonstrando total desprendimento com a situação" e com o estado da vítima.

"Essas provas foram devidamente juntadas ao inquérito. Demonstram total descaso do condutor da BMW em relação ao acidente. Percebe-se que, em nenhum momento, ele se preocupou se havia outras vítimas decorrente do acidente – tão somente efetuar uma selfie e publicar na sequência", afirmou o delegado Edgar Santana.

No mesmo relatório, os investigadores relataram que, "minutos antes da ocorrência fatal, tirava fotos no interior do carro em movimento e chegou a encaminhar foto do velocímetro do carro, registrando a velocidade de 200 km/h".

Imagens de câmeras de segurança mostram o carro de Silvio e uma caminhonete Volvo em alta velocidade pouco antes do acidente. De acordo com testemunhas ouvidas pela polícia, eles estavam fazendo um racha.

Velocidade dos carros

A análise da perícia feita nas imagens apontou que a velocidade do Volvo era de 154 km/h a 161 km/h, e da BMW era de pelo menos 144 km/h. A velocidade máxima permitida no trecho é de 80 km/h.

"A velocidade da via é de 80 km/h. Aliado a isso, é uma via de intensa movimentação de veículos em horário de pico, onde havia uma grande movimentação, o que agrava ainda mais a situação", disse o delegado.

Outras imagens mostram os carros em um trecho anterior da rodovia, em São Luiz do Purunã, na Região Metropolitana de Curitiba. Eles passam pelo pedágio com 20 segundos de diferença. Vinte minutos depois, estão na mesma pista um atrás do outro.

O laudo afirma que é possível estimar uma distância aproximada de dois quilômetros de possível disputa automobilística até o ponto em que ocorre o acidente.

Segundo os peritos, as imagens não mostram nenhum "fechamento" ou manobra explicita que pudesse fazer o motorista da BMW perder o controle da direção.

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Fonte: G1

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