O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou por mais 180 dias o inquérito que investiga as ações de uma suposta milĂcia digital que atua contra a democracia. Esta é a 10ÂȘ vez que o prazo para as apurações é estendido.
Segundo o ministro, a decisão foi tomada "considerando a necessidade de prosseguimento das investigações, com a realização das diligĂȘncias ainda pendentes".
A investigação começou em julho de 2021, depois de o ministro Alexandre de Moraes ter determinado o arquivamento — a pedido da Procuradoria Geral da RepĂșblica (PGR) — do inquérito que investigou atos antidemocrĂĄticos a partir de abril de 2020.
É nesse inquérito que se apura a tentativa de um golpe de Estado que, segundo as investigações, teria sido organizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ministros da gestão dele e militares.
No chamado inquérito das milĂcias digitais, a PolĂcia Federal apura a existĂȘncia de uma organização criminosa que teria a finalidade de atentar contra o Estado DemocrĂĄtico de Direito e se articularia em nĂșcleos polĂtico, de produção, publicação e financiamento.
Outra suspeita é de que esse grupo tenha sido abastecido com verba pĂșblica.
Segundo a PF, a ação do grupo seria orquestrada com o objetivo de difundir ataques e desinformação, criando e deturpando dados para obter vantagens e auferir lucros – buscando, assim, ganhos polĂticos, ideológicos e financeiros.
"Identifica-se a atuação de uma estrutura que opera especialmente por meio de um autodenominado 'gabinete do ódio': um grupo que produz conteĂșdos e/ou promove postagens em redes sociais atacando pessoas (alvos) – os 'espantalhos' escolhidos – previamente eleitas pelos integrantes da organização, difundindo-as por mĂșltiplos canais de comunicação [...], especialmente as redes sociais", escreveu a delegada.
A PF jĂĄ apontou que a suposta milĂcia digital atua de forma anônima e tem como alvos adversĂĄrios polĂticos, ministros do STF, integrantes do próprio governo e dissidentes, além da imprensa tradicional.