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Chefe da diplomacia dos Estados Unidos retorna a Israel, que afirma ter cercado a cidade de Gaza

Por Redação em 03/11/2023 às 07:52:18

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, chegou nesta sexta-feira, 3, a Israel para falar sobre a proteção dos civis palestinos na Faixa de Gaza, onde as tropas israelenses afirmam que cercaram a principal cidade do enclave em sua guerra contra o grupo Hamas. Em um momento de temor de propagação do conflito pela região, o secretĂĄrio de Estado americano inicia sua segunda viagem ao Oriente Médio desde o inĂ­cio da guerra desencadeada pelo violento ataque do movimento islamista palestino em 7 de outubro. De modo paralelo, o influente lĂ­der do Hezbollah libanĂȘs, Hassan Nasrallah, pretende fazer o primeiro discurso desde o inĂ­cio da guerra, no qual deve explicar se o seu grupo, aliado do Hamas e apoiado pelo Irã, entrarĂĄ de fato no conflito. "Vamos conversar sobre medidas concretas que podem e devem ser tomadas para minimizar os danos aos homens, mulheres e crianças de Gaza", declarou Blinken antes de deixar Washington.

O secretĂĄrio de Estado se reunirĂĄ com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e participarĂĄ em uma reunião do gabinete de segurança. Desde o ataque do Hamas, que deixou mais de 1.400 mortos segundo as autoridades israelenses, os 2,4 milhões de habitantes de Gaza vivem cercados e enfrentam os bombardeios constantes de Israel, que provocaram mais de 9.000 mortes segundo o movimento islamista. Após uma semana de combates no norte Faixa, os soldados israelenses conseguiram "cercar l cidade de Gaza, centro da organização terrorista Hamas", anunciou na quinta-feira o porta-voz militar Daniel Hagari. "Estamos no auge da campanha (militar), nossos ĂȘxitos são impressionantes", celebrou Netanyahu na quinta-feira durante uma visita a uma base militar perto de Tel Aviv. Ele reconheceu que a operação é "difĂ­cil" e inclui "perdas dolorosas".

Até o momento, o Exército relatou que 332 soldados morreram, 20 desde o inĂ­cio da operação terrestre. VĂ­deos divulgados pelo Hamas mostram os combatentes do grupo saindo de tĂșneis para atacar os tanques israelenses, que enfrentam dificuldades para avançar devido à destruição provocada pelos bombardeios. O porta-voz do braço armado do movimento palestino, Abu Obeida, afirmou que "Gaza serĂĄ uma maldição na história de Israel" e que muitos de seus soldados "voltarão em sacos pretos". O Exército israelense afirmou que voltou a bombardear Gaza durante a noite e que enfrentou um "determinado nĂșmero de unidades terroristas que usaram mĂ­sseis antitanque" e artefatos explosivos improvisados. Na densamente povoada cidade de Gaza, alguns moradores procuraram refĂșgio perto do hospital Al Quds.

Desde quarta-feira, feridos e pessoas com passaporte estrangeiro foram autorizadas a sair do território cercado através da passagem de fronteira de Rafah e entrar no Egito – o Ășnico acesso à Gaza que não é controlado por Israel. A ONU informou que quase 60 feridos e 400 estrangeiros ou pessoas com dupla cidadania saĂ­ram de Gaza na quinta-feira, nĂșmero similar ao registrado no dia anterior. Israel anunciou que devolveria a Gaza na sexta-feira todos os trabalhadores do enclave que estavam no seu território no momento do ataque do Hamas, quase de 4.000 pessoas, segundo cĂĄlculos da imprensa local.

A visita de Blinken, que depois viajarĂĄ para a Jordânia, acontece em um momento de preocupação com uma possĂ­vel expansão regional do conflito. A guerra aumentou a tensão na Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967, onde cinco palestinos e um israelense morreram na quinta-feira, 2. Israel também anunciou um "vasto ataque" na quinta-feira contra posições do Hezbollah no sul do LĂ­bano, em resposta a disparos procedentes da região contra o norte de seu território. A ação matou quatro integrantes do grupo xiita. O discurso do lĂ­der do Hezbollah, que deve acontecer em uma cerimônia para homenagear os "mĂĄrtires" do movimento, serĂĄ acompanhado com atenção no LĂ­bano e em toda a região. A violĂȘncia provocou 70 mortes no sul do LĂ­bano desde 7 de outubro, segundo uma contagem da AFP, a maioria combatentes do Hezbollah. Do lado israelense morreram oito soldados e u, civil, segundo as autoridades.

Além dos bombardeios contra Gaza, Israel impôs um cerco praticamente total ao território de 362 quilômetros quadrados e cortou o acesso ao abastecimento de ĂĄgua, alimentos, energia elétrica e combustĂ­veis. O cerco foi flexibilizado apenas nos Ășltimos dias para permitir a entrada de alguns suprimentos em pouco mais de 370 caminhões de ajuda humanitĂĄria, segundo a ONU, que pede autorização para enviar mais assistĂȘncia. A Organização Mundial da SaĂșde (OMS) denunciou na quinta-feira que 14 dos 36 hospitais do território estão fora de operação devido à guerra e à falta de combustĂ­veis para os geradores. A situação em Gaza é "indescritĂ­vel", alertou o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. O Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU afirmou que os bombardeios israelenses contra o campo de refugiados de Jabaliya, o maior de Gaza com 116.000 residentes, poderiam constituir "crimes de guerra".


Fonte: JP

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