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Em um só áudio, Mauro Cid cita US$ 25 mil para Bolsonaro, venda de barco e palmeira e leilão de kit da Arábia; leia trechos

Por Redação em 11/08/2023 às 13:42:11
Um único áudio obtido pela Polícia Federal na investigação da venda ilegal de presentes oficiais recebidos pelo governo Jair Bolsonaro mostra o ex-ajudante de ordens Mauro Barbosa Cid tratando de três temas que comprometem os investigados:

citação a US$ 25 mil supostamente endereçados ao ex-presidente Jair Bolsonaro;

tratativas para a venda de estátuas de palmeira e um barco folheados a ouro, recebidos pela comitiva brasileira durante visita oficial ao Bahrein em 2019;

negociações para levar a leilão um dos kits recebidos na Arábia Saudita com relógio e joias masculinas.

Segundo o inquérito, a mensagem foi enviada por Mauro Cid ao assessor especial de Jair Bolsonaro Marcelo Câmara.

Organograma da PF mostra envolvidos em negociação de joias nos EUA

Veja abaixo o que disse Mauro Cid sobre cada assunto:

Dinheiro para Jair Bolsonaro

No áudio, Mauro Cid afirma que o pai, o general Mauro Lourena Cid, estaria com 25 mil dólares – "possivelmente pertencentes a Jair Bolsonaro", segundo a PF.

Mauro Cid também indica, dizem os investigadores, medo de usar o sistema bancário para entregar o dinheiro ao ex-presidente da República. E uma preferência por fazer a entrega em dinheiro vivo, ou "em cash".

"Tem vinte e cinco mil dólares com meu pai. Eu estava vendo o que, que era melhor fazer com esse dinheiro levar em 'cash' aí. Meu pai estava querendo inclusive ir ai falar com o presidente (...) E aí ele poderia levar. Entregaria em mãos. Mas também pode depositar na conta (...). Eu acho que quanto menos movimentação em conta, melhor né? (...)'.

Marcelo Câmara responde, em mensagem de texto, sobre esse assunto. Diz: "Melhor trazer em cachê". Em seguida, manda uma outra mensagem: "Ok ciente".

Tentativa de vender palmeira e barco

Em seguida, Mauro Cid relata a Marcelo Câmara que não conseguiu vender, nos Estados Unidos, as esculturas douradas em formato de palmeira e de barco, recebidas por Bolsonaro no exercício da Presidência da República em visita ao Bahrein.

Mauro Cid diz que a operação não foi concluída porque as peças não são de ouro maciço – e que ainda tentava negociar com outro homem, não identificado.

"(...) aquelas duas peças que eu trouxe do Brasil: aquele navio e aquela árvore; elas não são de ouro. Elas têm partes de ouro, mas não são todas de ouro (...) Então eu não estou conseguindo vender. Tem um cara aqui que pediu para dar uma olhada mais detalhada para ver o quanto pode ofertar (...) eu preciso deixar a peça lá (...) pra ele poder dar o orçamento. Então eu vou fazer isso, vou deixar a peça com ele hoje (...)'.

Leilão de kit de joias

Ainda no áudio, Mauro Cid compartilha com Marcelo Câmara informações sobre um "kit", contendo um relógio, que iria a leilão no dia 7 de fevereiro de 2023.

O ex-ajudante de ordens da Presidência da República não detalha o kit no áudio – mas a PF identificou que este era o kit de joias masculinas recebido por Jair Bolsonaro na Arábia Saudita, e que o Tribunal de Contas da União (TCU) ordenou que fosse devolvido ao governo meses depois.

"(...) o relógio aquele outro kit lá vai, vai, vai pro dia sete de fevereiro, vai pra leilão. Aí vamos ver quanto que vão dar(...)", diz Mauro Cid.

Fonte: G1

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