Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) afirmou que a revista eletrônica foi 'agente' de transformações e lançou tendências no Brasil. Show da Vida completou 5 décadas no ar no último sábado (5). Fantástico completa 50 anos e ganha homenagem no Senado
O vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), prestou homenagem nesta terça-feira (8), em discurso na tribuna do plenário da Casa, aos 50 anos do Fantástico. Segundo ele, em cinco décadas, a revista eletrônica foi o "grande espelho" e agente de transformações da sociedade brasileira.
O Fantástico completou 50 anos no último sábado (5). Lançado pela TV Globo em 1973, o Show da Vida entrou para a história da televisão brasileira misturando variedades, entretenimento, esporte e jornalismo.
No último domingo (6), a revista eletrônica deu início à exibição de cinco documentários produzidos para revisitar cada década do programa.
Semanalmente, o programa mostrará as transformações do Brasil e do mundo a cada dez anos, os personagens que ajudaram a construir essa história, os shows e quadros inesquecíveis, e as reportagens marcantes do Show da Vida.
Para Veneziano, é com esse legado, nas suas quase 2,6 mil edições, que o Fantástico condensou, acompanhou e pautou as mudanças e tendências sociais no Brasil.
"Nos seus mais de 2,5 mil programas, o Show da Vida, como foi batizado — e as nossas memórias, decerto de muitos dos que aqui nos assistem, mas muitos não acompanharam —, não apenas refletiu as grandes transformações pelas quais o país e o mundo passaram nas últimas cinco décadas, mas também foi, em alguma medida, um agente dessas transformações", disse.
"Combinando jornalismo com entretenimento, sempre se mantendo à frente na disputa pela audiência, é bom que nós registremos, o Fantástico ajudou a pautar diversos debates públicos relevantes no Brasil das últimas cinco décadas. Foi também responsável pelo lançamento de tendências. Influenciou, sim, comportamentos e gostos", declarou.
'Grande espelho'
Veneziano Vital do Rêgo destacou que, em seus 50 anos, o Fantástico foi, a cada domingo, um "grande espelho" no qual a sociedade brasileira pode se ver e refletir.
"[O programa] tem sido, enfim, um grande espelho, no qual a sociedade brasileira, a cada fim de domingo, pode ver, refletir e pensar sobre si mesma e como, ao final, pode ser, vir a ser."
"Essas gerações, de uma forma ou de outra, tendo ou não sido parte direta ou indireta da audiência do programa, foram impactadas por ele, por causa de um tema polarizado por uma reportagem, por causa de uma canção tornada famosa por um quadro musical, por causa de um artista cujo nome passa a circular depois de uma aparição no Show da Vida, o programa Fantástico", disse.
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Longevidade
No discurso, Veneziano afirmou que a longevidade do programa foi conquistada graças ao reconhecimento do público por meio de sua credibilidade e audiência.
Segundo o vice-presidente do Senado, a duração da revista eletrônica "dificilmente" encontrará paralelo na história de outras televisões do mundo.
"No Brasil, nós temos uma vida televisiva de 75 anos, e o Fantástico tem, desses 75 anos, 50 anos de programação", disse.
Veneziano ainda relembrou que a criação da revista eletrônica ocorreu durante a ditadura militar e que o programa soube, "como poucos", refletir as mudanças enfrentadas pelo povo brasileiro no regime, na transição democrático e em todos os momentos políticos mais importantes do país.
"Criado em pleno regime militar, que ainda duraria 12 anos - lembremos, até 1985 -, o Fantástico também sofreu sua cota de intervenções da censura e acompanhou de perto o processo de abertura política, a instalação da Nova República e seus momentos políticos mais importantes. O Fantástico soube, como poucos outros produtos da mídia, refletir os efeitos dessas mudanças políticas e econômicas na vida social e na vida cultural brasileira", afirmou.
"Sua longevidade é prova inequívoca, e a ela eu fiz menções em minhas palavras iniciais, de que o programa teve sucesso e se constitui como espelho e como veículo dessas transformações, contribuindo decisivamente para que a sociedade pudesse, enfim, reconciliar-se consigo mesma, reconhecendo-se em tempos tantas vezes turbulentos."
