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Avanço nas investigações do caso Marielle em direção a mandantes é derrota para parte da classe política do Rio

O governador Claudio Castro foi contra a nomeação de Flávio Almada como superintendente da Polícia Federal no Rio.

Por Redação em 25/07/2023 às 13:13:20
O governador Claudio Castro foi contra a nomeação de Flávio Almada como superintendente da Polícia Federal no Rio. Almada é hoje responsável pelas investigações do assassinato da vereadora. O avanço nas investigações no caso Marielle em direção aos mandantes do crime representou uma derrota para grande parte da classe política do Rio, em especial para o governador Claudio Castro. Foi Claudio quem, em nome de aliados, moveu céus e montanhas para impedir que Flávio Almada fosse nomeado superintendente da Polícia Federal no Rio. O delegado é hoje o responsável por tocar as investigações que poderão elucidar o crime de repercussão internacional.

Castro acusou Almada de não trabalhar em conjunto com a Polícia Civil do Rio e afrouxar as operações de combate ao crime organizado. Castro citava a investigação do assassinato da vereadora como um dos grandes problemas de Almada à frente da PF:

"Quando criou a força-tarefa do caso Marielle,(Almada) tirou a Polícia Civil. Essa falta de integração prejudica muito o nosso trabalho, disse Castro ao repórter Italo Nogueira, em abril deste ano

O chefe do Executivo fluminense não conseguiu convencer Lula nem Flávio Dino a rever a indicação. Almada foi nomeado no dia 10 de janeiro. Duas semanas depois, Claudio Castro pediu o retorno dos policiais civis cariocas que davam escolta desde 2008 ao atual presidente da Embratur, Marcelo Freixo.

Em Brasília, a medida foi vista com uma retaliação, já que muitos políticos acreditavam ser Freixo o padrinho de Almada. Na verdade, o padrinho era o próprio diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos, que chegou a ficar na corda bamba por conta da nomeação. Castro nega qualquer relação entre a nomeação e a retirada de escolta do Freixo. Alega que pediu o retorno de três mil policiais que estavam cedidos para outros poderes e isso incluía os policiais que acompanhavam Freixo desde 2008.

Uma vez no cargo, Flávio Almada passou a ser alvo de pesadas críticas do governador, que ainda tinha esperanças em vê-lo longe das terras fluminenses. Castro acusou Almada de não trabalhar em conjunto com a Polícia Civil do Rio e afrouxar as operações de combate ao crime organizado.

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O delegado se transformou em desafeto de políticos porque foi ele quem investigou as tentativas de obstrução de justiça ao caso Marielle. O trabalho dele levou à denúncia do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Domingos Brazão, acusado de plantar uma falsa testemunha para tumultuar a investigação, levando à cadeia inocentes no caso Marielle, preservando os verdadeiros autores e mandantes do crime. A denúncia contra Brazão foi arquivada a pedido do Ministério Público do Rio. Mas a classe política não arquivou a raiva que tem de Almada, por ele ter apontando o dedo por uma dos políticos mais temidos do Rio de Janeiro.

Nesta segunda-feira (24), Claudio Castro foi às redes sociais elogiar pela primeira vez o trabalho de Almada. Cumprimentou o ministro da Justiça Flavio Dino, o único citado nominalmente em seu texto. Os outros agradecimentos foram para instituições: a Polícia Federal e o Ministério Público do Rio, que parou de trabalhar com a polícia Civil, de quem escondeu uma prova fundamental no caso: a de que Ronnie Lessa havia pesquisado dados sobre Marielle 48 horas antes do crime. Segundo os repórteres Adriana Cruz, Leslie Leitão, Felipe Freire e Marco Antonio Martins, a prova foi fundamental nesta nova etapa da investigação.

O rumo das investigações hoje se encaminham para dar razão a Raul Jungmann, ministro da Justica à época do assassinato de Marielle. Disse Jungmann há cinco anos: "Há uma grande articulação envolvendo agentes públicos, milicianos e políticos, em um esquema muito poderoso que não teria interesse na elucidação do caso Marielle. Até porque estariam envolvidos neste processo. Se não tanto na qualidade daqueles que executaram, na qualidade de mandantes", disse Jungmann.

O incêndio está só começando. Hoje, Almada está bem na foto. A grande esperança de parte dos políticos do Rio é que ele repita a sina de outros que também combaterem o crime no Rio. "Já já ele bota a capa de super-homem e se atira pela janela", resumiu um ex -deputado acusado pela Lava Jato e hoje inocentado.

Fonte: G1

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