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CPMI interroga ex-ajudante de Bolsonaro sobre conspiração golpista

Por Redação em 11/07/2023 às 07:46:39

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os ataques golpistas do dia 8 de janeiro vai ouvir, nesta terça-feira (11), o tenente-coronel do Exército Mauro César Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro durante seu mandato (2019 a 2022). O depoimento estĂĄ marcado para começar às 9h.

Por decisão da ministra CĂĄrmen LĂșcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), em pedido de habeas corpus da defesa do investigado, Cid é obrigado a comparecer à comissão, mas terĂĄ o direito de ficar em silĂȘncio diante de perguntas que possam incriminĂĄ-lo. Além disso, poderĂĄ ser acompanhado por advogado.

Cid é apontado como um dos articuladores de uma conspiração para reverter o resultado eleitoral do ano passado, inclusive com planos de uma intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com investigações da PolĂ­cia Federal, mensagens capturadas com autorização judicial após apreensão do celular de Cid evidenciam que ele reuniu documentos para dar suporte jurĂ­dico à execução de um golpe de Estado.

O ex-ajudante de ordens estĂĄ detido desde 3 de maio, acusado de ter fraudado cartões de vacinação contra a covid-19, incluindo o de Bolsonaro e parentes do ex-presidente. Em seu telefone celular, peritos da PolĂ­cia Federal (PF) encontraram mensagens que ele trocou com outros militares e que, segundo deputados federais e senadores que integram a chamada CPMI do 8 de janeiro, reforçam a tese de que o grupo tramava um golpe.

Relatório de investigação produzido pela PolĂ­cia Federal informa que as mensagens mostram Cid reunindo documentos para dar suporte jurĂ­dico à execução de um golpe de Estado. Nelas, o militar teria compartilhado um documento com instruções para declaração de Estado de SĂ­tio diante de "decisões inconstitucionais do STF".

"O investigado compilou estudos que tratam da atuação das Forças Armadas para Garantia dos Poderes Constitucionais e GLO. Os documentos tratam da possibilidade do emprego das Forças Armadas, em carĂĄter excepcional, destinado a assegurar o funcionamento independente e harmônico dos Poderes da União, por meio de determinação do Presidente da RepĂșblica", diz o relatório.

As mensagens de teor considerado golpista foram tornadas pĂșblicas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Elas indicam que os proponentes da intervenção defendiam a suspensão temporĂĄria de direitos constitucionais; o possĂ­vel afastamento de ministros do TSE e a convocação de um novo pleito para escolha do futuro presidente.

Entre os interlocutores de Cid estava o coronel Jean Lawand Junior, que jĂĄ depôs à CPMI e que nega as acusações. Cid também jĂĄ deveria ter se apresentado perante a comissão, mas como a reunião do colegiado do Ășltimo dia 4 teve que ser adiada devido a votações na Câmara dos Deputados, a data do depoimento acabou sendo transferida esta terça-feira.

O 8 de Janeiro

Instalada no fim de maio, a CPMI foi criada para investigar os atos antidemocrĂĄticos de 8 de janeiro deste ano, quando golpistas e vândalos invadiram e depredaram as dependĂȘncias do PalĂĄcio do Planalto, do Congresso Nacional e a sede do Supremo Tribunal Federal, destruindo o patrimônio pĂșblico e agredindo policiais e jornalistas. Composta por 32 parlamentares, sendo 16 senadores e 16 deputados federais titulares e seus respectivos suplentes, a comissão terĂĄ 180 dias para investigar os atos de ação e omissão ocorridos nas sedes dos trĂȘs Poderes e que culminaram na prisão de mais de 300 pessoas, entre eles o ex-secretĂĄrio de segurança pĂșblica do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça e Segurança PĂșblica do governo Bolsonaro, Anderson Torres.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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