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Marinha dos EUA detectou sons "consistentes com implosão" do Titan

Por Redação em 23/06/2023 às 10:21:00

Sons "consistentes com uma implosão" foram registados após o submersĂ­vel da empresa turĂ­stica OceanGate ter perdido o contacto com a superfĂ­cie, no domingo passado, revelaram as autoridades norte-americanas.

A informação se soma à descoberta dos destroços que indicam um incidente "catastrófico". Os fragmentos encontrados perto dos destroços do Titanic incluem o cone da cauda do Titan e duas partes do casco de pressão.

O submersĂ­vel, desapareceu depois de uma hora e 45 minutos de mergulho. Em caso de emergĂȘncia, a cĂĄpsula estaria projetada para garantir 96 horas de oxigĂȘnio como "suporte de vida".

As buscas de quatro dias que se seguiram não tiveram sucesso. Na quinta-feira (22), o contra-almirante Mauger, da Guarda Costeira norte-americana, confirmou as mortes das cinco pessoas a bordo do Titan.

As cinco pessoas a bordo eram o bilionĂĄrio e explorador britânico Hamish Harding, de 58 anos; o magnata de negócios nascido no Paquistão Shahzada Dawood, 48, e seu filho Suleman, de 19, ambos cidadãos britânicos; o oceanógrafo francĂȘs e especialista em Titanic Paul-Henri Nargeolet, 77, que visitou os destroços dezenas de vezes; e o norte-americano Stockton Rush, fundador e executivo-chefe da OceanGate, que pilotava o submersĂ­vel.

Implosão catastrófica

A tese de implosão do submersĂ­vel Titan ganha terreno com novas informações difundidas pelas autoridades norte-americanas.

A causa apontada para o acidente teria sido uma "implosão catastrófica", com base nos padrões de detritos. A este dado soma-se a detecção de sons "consistentes com uma implosão ou explosão próximo de onde o submersĂ­vel Titan operava quando as comunicações se perderam", de acordo com a Marinha norte-americana.

Um oficial da Marinha dos EUA avançou à CBS News que as informações sobre os "sons detectados" foram, depois, usados pela Guarda Costeira para restringir a ĂĄrea de busca. Os esforços continuam para mapear o campo de destroços e investigar o fundo do mar ao redor do Titanic.

Um veĂ­culo subaquĂĄtico operado remotamente (ROV) encontrou cinco fragmentos principais do submarino Titan de 6,7 metros. "O campo de destroços no fundo do mar estĂĄ a cerca de 488 metros da proa dos destroços do Titanic", que repousa a quatro quilômetros abaixo da superfĂ­cie do Atlântico Norte, respondeu o contra-almirante da Guarda Costeira dos EUA John Mauger, a jornalistas.

Citado na BBC, Paul Hankin, um especialista em submarinos, sublinhou que a primeira indicação de que o submersĂ­vel poderia ter implodido surge com a descoberta de um grande campo de destroços, na quinta-feira.

"Essencialmente, encontramos cinco pedaços principais diferentes de detritos que nos indicam ser dos restos do Titan", alegou.

A agĂȘncia Reuters noticiou na quinta-feira que as renĂșncias de responsabilidade assinadas pelos passageiros do Titan podem não proteger o proprietĂĄrio da embarcação de possĂ­veis processos judiciais por parte das famĂ­lias das vĂ­timas

Turismo, lucro e risco da curiosidade

Com o destino do Titan e daqueles que iam a bordo, as atenções voltam-se agora para a segurança de serviços de turismo e a respectiva adequação para transportar pessoas até o local do naufrĂĄgio do Titanic.

Quem embarcou naquela que se tornou a Ășltima viagem do Titan, pagou mais de € 250 mil euros (R$ 1,2 milhão). O percurso levaria oito horas para descer a 3,8 mil metros e chegar ao que resta do RMS Titanic, a cerca de 380 milhas da costa de St. John's, em Newfoundland, CanadĂĄ.

Durante mais de um século, o navio afundado tem estimulado a curiosidade irresistĂ­vel dos exploradores e cineastas.

O realizador do blockbuster de Hollywood Titanic e explorador de ĂĄguas profundas, James Cameron, tornou-se a primeira pessoa a fazer um mergulho até a parte mais profunda do oceano.

Em 2012, Cameron projetou e construiu um submersĂ­vel. E "o risco de um submarino implodir sob pressão esteve sempre em primeiro lugar nas mentes dos engenheiros".

Entre diversos episódios relacionados com a reivindicação dos destroços e direitos para visitar o Titanic, vĂĄrias empresas desenvolveram rotas turĂ­sticas dedicadas a uma parte de pĂșblico endinheirado.

Em 1998, a empresa britânica Deep Ocean Expeditions foi uma das primeiras a vender bilhetes ao pĂșblico por cerca de € 33 mil (R$ 170,3 mil). Em 2012, a mesma empresa ampliou as viagens para 12 dias, cada uma, e levou 20 passageiros por mais de € 59 mil (R$ 306 mil) por pessoa.

A partir de 2002, a empresa de viagens Bluefish, com sede em Los Angeles, começa também a mergulhar até ao Titanic com preços que atingem os € 60 mil (R$ 311 mil) por pessoa.

Em 2019, a Blue Marble, com sede em Londres, vendeu bilhetes por mais de € 106 mil (R$ 550 mil).

A OceanGate realizou expedições bem-sucedidas em 2021 e 2022 e tem 18 mergulhos planejados em 2023.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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