G1
Sugestões incluem diretoria específica na PF para essas infrações e revogação de normas do governo Bolsonaro que dificultaram combate. Caso Bruno e Dom é citado pelos especialistas. O grupo técnico da transição de governo responsável pelas áreas de Justiça e Segurança Pública se reúne na manhã desta terça-feira (29) para apresentar os primeiros diagnósticos elaborados por especialistas nas últimas semanas.Responsável pelo debate do enfrentamento a crimes ambientais e cotado para assumir o ministério, o senador eleito Flávio Dino (PCdoB-MA) adiantou à GloboNews que fará duas sugestões ao governo eleito:criar uma diretoria específica na Polícia Federal para apurar crimes ligados ao meio ambiente;revogar normas decretadas pelo governo Jair Bolsonaro que, na prática, dificultaram a apuração e o combate a essas infrações.Segundo Dino, a complexidade do assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, no primeiro semestre deste ano, foi um dos principais fatores para sugerir a criação da diretoria especializada da PF.Já o "revogaço" nos decretos que desregulamentaram a proteção ambiental do país é um tema que também já vinha sendo citado por especialistas que colaboram com a transição na área de meio ambiente.A "gestão ambiental" de Bolsonaro foi marcada por recordes nos índices de queimadas e desmatamentos – o que, segundo especialistas, é resultado direto do enfraquecimento dos órgãos de fiscalização e da falta de punição aos infratores.Na reunião desta terça, os integrantes do grupo técnico também devem discutir outros temas centrais da campanha do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e que fazem contraponto direto à gestão atual. Por exemplo, as regras para compra e porte de armas e o papel atual da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.Os 31 grupos técnicos da transição de governo têm até o dia 11 de dezembro para sugerir ações para os primeiros 100 dias da nova gestão e indicar normas atuais a serem revogadas. O material será analisado pelos ministros do futuro governo, e o que for "aprovado" passará ainda pelo crivo de Lula.O grupo técnico de Justiça e Segurança Pública foi dividido pela transição em 17 relatorias temáticas:PF, PRF e inteligênciaPolícia Técnica (perícia)Crimes ambientais e fronteirasConsumidor, Fundo de Direitos Difusos e Defesa da ConcorrênciaCooperação Judiciária Internacional e Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (ENCCLA)Milícias e crime organizadoCrimes contra o estado democrático de direitoArmas e desarmamentoCrimes digitaisExecução penal e Fundo PenitenciárioRedução de crimes violentos letais e intencionais (CVLI) e crimes contra o patrimônioSistema Unificado de Segurança Pública (SUSP) e Fundo Nacional de Segurança PúblicaAcesso à Justiça e grupos vulneráveisArquivo NacionalPrograma Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci)DrogasOrçamento 2023, contratos e convênios"Talvez seja importante experimentar um novo modelo", diz coordenador do Grupo Prerrogativas