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84% dos policiais consideram democracia melhor forma de governo, diz pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública

Por Redação em 27/08/2022 às 23:13:03
Levantamento foi feito com 5 mil agentes da Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Federal, Corpo de Bombeiros, Polícia Científica/Perícia, Polícia Penal, Polícia Rodoviária Federal e Guarda Municipal. Foto ilustrativa de policiais vistos de costas durante evento do governo de São Paulo no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista.

ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Pesquisa divulgada neste sábado (27) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) aponta que a maioria dos policiais e agentes de segurança do país são a favor da democracia e contra qualquer ruptura institucional ou golpe de estado.

De acordo com o levantamento, 84,5% dos policiais responderam que concordam com a afirmação de que a democracia é preferível a qualquer outro tipo de regime de governo. Outros 8,7% afirmaram que concordam em parte. Já 3,4% responderam que discordam da afirmação; e 2,3% disseram que discordam em parte.

A análise foi feita com base em 5.058 respostas a um questionário enviado para membros da Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Federal, Corpo de Bombeiros, Polícia Científica/Perícia, Polícia Penal, Polícia Rodoviária Federal e Guarda Municipal

O percentual de agentes de segurança que se declararam favoráveis à democracia é maior do que o verificado no total da população em outra pesquisa, realizada pelo Datafolha em agosto. De acordo com aquele levantamento, a democracia é a melhor forma de governo para 75% das pessoas.

Embora tenham sido feitas em períodos e por institutos diferentes, o Fórum afirma que é possível afirmar que há uma maior adesão ao regime democrático entre os agentes de segurança.

“Chama a atenção positivamente o fato de perceber que os policiais brasileiros estão imbuídos de cumprir seu mandato constitucional e respeitar a democracia. Essa pesquisa joga por terra a ideia de que os policiais vão aceitar cegamente qualquer mandado do Bolsonaro para acabar com o regime democrático de direito”, afirma o professor da FGV e membro do FBSP Rafael Alcadipani.

Para Alcadipani, o percentual de defesa da democracia maior do que o total da população pode ser explicado pela proximidade dos agentes com os processos legais.

“[pode ser explicado pelo] fato de estar próximo da lei, ser guardião dessa lei, apesar de todos os problemas que a gente acaba vendo, e de não quererem um problema maior.”

Eleições livres e radicalização

A maioria dos entrevistados também afirmou que o povo escolher seus líderes em eleições livres e transparentes é essencial para a democracia. Do total, 95,6% afirmaram concordam com essa afirmação. Outros 3,1% disseram concordar em parte. Apenas 0,4% apontaram que discordam, e 0,6% que discordam em parte.

Na avaliação do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, existe um ponto de atenção, no entanto, em relação a uma parcela das corporações com potencial de radicalização.

Quando confrontados com a afirmação de que “em alguns casos seria justificável que os militares apoiassem ou tomassem o poder por meio de um golpe de estado”, 55,6% disseram discordar; e 7,8% discordar em parte. Já 14,7% disseram concordar, e 19,1% afirmaram concordar em parte.

“Embora a ampla maioria dos profissionais da segurança pública seja formalmente entusiasta dos princípios e das instituições democráticas, uma parcela que pode variar entre 15% e 40% pode ser considerada radicalizada ou potencialmente radicalizável [...]. Essa informação reforça a importância da observância contínua das condutas individuais dos profissionais de segurança pública por parte dos órgãos de controle, internos e externos, às polícias”, diz relatório do FBSP.

Os policiais também foram questionados sobre a legitimidade das eleições e de seus resultados. A posse dos eleitos, independentemente de quem forem, foi defendida por ampla maioria.

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Segundo Alcadipani, a fiscalização é fundamental para evitar casos pontuais de desrespeito às regras democráticas.

“Basta uma pessoa radicalizada armada cometer uma loucura para criar um efeito muito danosos para a democracia brasileira, como um atentado ou algo parecido com o que aconteceu no Capitólio [nos EUA]. É preciso que as forças de segurança estejam atentas a quem são esses indivíduos radicalizados e ao potencial de dano que eles podem causar”, afirma.

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Fonte: G1

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