Mineiro, o economista e filósofo de 65 anos venceu duas vezes o Prêmio Jabuti, o mais importante da literatura nacional. Eduardo Gianetti toma posse na Academia Brasileira de Letras
O economista e filósofo Eduardo Gianetti tomou posse como imortal na Academia Brasileira de Letras.
Entrar pela porta da Academia Brasileira de Letras era como realizar um sonho de criança.
“Desde que a minha mãe leu para mim, quando eu nem sabia ler, "A chave do tamanho", de Monteiro Lobato, eu falei: "Quero pertencer a esse mundo"”, contou o novo imortal.
O mineiro Eduardo Gianetti, de 65 anos, é formado em economia e ciências sociais, mas se apaixonou pela filosofia. Venceu duas vezes o Prêmio Jabuti, o mais importante da literatura nacional.
“É um intelectual com fôlego enorme, livros muito importantes escritos. Uma atuação já de muito peso”, diz Gilberto Gil.
“É muito bem recebido aqui na ABL, pela suas qualidades pessoais e pelo papel que ele representa na sociedade brasileira”, explica o presidente da academia, o jornalista Merval Pereira.
Eduardo Gianetti é o quinto imortal a tomar posse na Academia Brasileira de Letras só neste ano. A partir de agora, ele vai ocupar a cadeira de número 2, que estava vazia desde o ano passado. Antes, o assento pertencia a Tarcísio Padilha, que morreu em setembro, vítima da Covid.
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No discurso de posse, Gianetti falou da emoção de ocupar a cadeira que também já pertenceu a Guimarães Rosa. Mas lembrou que é preciso ampliar a diversidade nesse mesmo assento.
“Nenhuma mulher, nenhum afrodescendente. Corrigir o injustificável viés é o desafio-mor da nossa geração”, disse ele.
E ressaltou a importância da educação.
“O Brasil não será a nação com que nós sonhamos enquanto não tiver um ensino fundamental da mais alta qualidade para todos os brasileiros. Esse é o nosso maior déficit civilizatório”, afirmou Gianetti.
