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Empreendedorismo ajuda vĂ­timas de violĂȘncia domĂ©stica a conquistarem independĂȘncia

Por Redação em 06/08/2022 às 14:37:45
Pesquisa mostra que uma a cada três empreendedoras sofria abusos do companheiro. Empreender e ter o próprio negócio tem ajudado mulheres vítimas de violência doméstica a conquistar a independência financeira e emocional. É o que aponta um estudo que analisa o perfil das pequenas empresárias.

Segundo a pesquisa, uma a cada três mulheres de negócios já enfrentou abusos do companheiro ou outro familiar. O levantamento ainda aponta que a autonomia financeira ajudou 48% das vítimas a abandonar a relação abusiva.

A fotógrafa Kelly foi vítima de violência doméstica aos 15 anos.

José Carlos/TV Centro América

Foi o caso da Kelly Lelis, que hoje atua como fotógrafa. Aos 15 anos, foi morar com o namorado porque não aguentava mais ver o pai agreadir a mãe. Mas encontrou outros tipos de violência: a emocional e a social.

“Não tinha noção o quanto era nocivo para ambas as partes, né? Mas pra mim, uma criança, foi construindo um estereótipo de derrota: "Você não pode, você não é capaz, você não vive se não for comigo, se não for debaixo da minha proteção", seja familiar ou econômica”, conta.

A autônoma SuelI Silva viveu uma situação semelhante: foi casada durante 30 anos com uma pessoa que a agredia e a ameaçava, constantemente.

“Eu tinha muito medo de sair, de ele me matar, porque as ameaças eram essas. Então, o que eu pensava? "Eu vou sair e ele vai me matar. Se ele não me matar, vai matar uma das meninas, um dos meus filhos". E eu não queria isso”, lembra.

O trabalho as libertou. A Kelly, por exemplo, recebeu o incentivo de uma amiga, que a presenteou com um curso durante a pandemia. Hoje, está casada novamente e tem quatro filhos.

“É libertador pensar que eu posso, sim, dizer "não" a qualquer tipo de agressão, a qualquer tipo de abuso. Eu acredito que a liberdade começa quando você se conhece, quando você descobre quem você é de verdade, descobre sua essência e, a partir daí, começa a construir algo”, comemora.

Já a Sueli concilia o serviço de revendedora com a venda de espetinhos junto com o atual marido.

“Existe um enxoval para casar e um enxoval para separar. Eu passei 20 anos fazendo o meu para me separar, porque eu queria ter o meu ganho, né? Hoje eu sou casada, tenho um casamento de outra forma, mas se eu não tivesse, eu teria meu sustento. A gente precisa começar a pensar na gente”, fala.

A Lei Maria da Penha completa 16 anos neste domingo (7).

“O trabalho e o empreendedorismo são peças estratégicas fundamentais de melhoramento da autoestima, de rompimento com dependência financeira e emocional desses relacionamentos abusivos junto aos agressores”, diz o juiz da 1ÂȘ Vara de Violência Doméstica de Cuiabá, Jamilson Haddad.

Fonte: G1/MT

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