Taxas são menores entre meninos, que também podem contrair doenças provocadas pelo papilomavírus humano. Aplicação da vacina contra o HPV em Porto Alegre
Manuella Brandolff/Palácio Piratini
A campanha de vacinação contra o papilomavírus humano (HPV) no Rio Grande do Sul imunizou menos da meta de 80% recomendada pelo Ministério da Saúde conforme dados do órgão. No estado, 78,7% das meninas tomaram a primeira dose e 52%, a segunda.
Entre os meninos, o número é menor, são 57,4% com a primeira dose e 36,3%, com a segunda.
"Muitas pessoas discutem: 'ah, isso vai fazer com que as pessoas entendam como uma possibilidade de ter vida sexual mais cedo ou não se proteger'. Pelo contrário, [a vacina contra o] HPV é uma forma de proteção e, em especial, para situações graves como o câncer", comenda Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.
A vacina é gratuita e está disponível em todos os municípios do RS. Estudos mostram que o imunizante ajuda a reduzir em até 87% os casos de câncer de colo de útero.
Além disso, o vírus pode causar tumores na vagina, no ânus, no pênis, na boca, bem como verrugas genitais.
Podem se vacinar meninas de nove a 14 anos, meninos de 11 a 14 anos, homens e mulheres com imunidade baixa que tenham entre 15 e 26 anos e mulheres entre 26 e 45 anos.
"A vacina previne que o tumor surja tanto nas mulheres quanto nos homens. Na verdade, essa vacina é contra o câncer. É o primeiro câncer prevenível por vacina", ilustra o médico Mário Casales Schorr, do Centro de Atenção à Saúde da Mulher do Hospital Ernesto Dornelles, de Porto Alegre.
Em todo o país, são registrados 16 mil novos casos de câncer de colo de útero por ano. Pelo menos 6 mil mulheres perdem a vida para a doença anualmente.
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