Próximo desafio é evitar que companhias aéreas afundem sob peso da dívida, diz Iata

Por Redação em 26/05/2020 às 15:07:13

Pandemia de coronavírus vai provocar um aumento da dívida do setor de US$ 430 bilhões para US$ 550 bilhões. Para a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), a ajuda financeira é a tábua de salvação para que as operações das companhias aéreas não sucumbam à crise provocada pela pandemia de covid-19.

"O auxílio dos governos está ajudando a manter a indústria. O próximo desafio será impedir que as companhias aéreas afundem sob o peso da dívida que esta ajuda está criando", disse Alexandre de Juniac, diretor-geral da associação, em nota.

Segundo estimativas da Iata, a pandemia, que prejudica as operações das companhias aéreas no mundo, vai colaborar para aumentar a dívida do setor de US$ 430 bilhões para US$ 550 bilhões, ou 28%, até o fim do ano.

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Avião da companhia aérea Latam no pátio do Aeroporto Internacional de São Paulo

Celso Tavares/G1

Do montante de US$ 120 bilhões de alta na dívida para 2020, fatia de US$ 67 bilhões é referente a empréstimos do governo, impostos diferidos e garantias de empréstimos, enquanto os US$ 52 bilhões restantes são empréstimos comerciais, dívida do mercado de capitais, débitos de novos arrendamentos operacionais e acesso às linhas de crédito existentes.

Os governos ao redor do mundo se comprometeram com US$ 123 bilhões para resgatar as empresas, mas US$ 67 bilhões deste valor precisarão ser reembolsados. Do saldo restante, fatia de US$ 34,8 bilhões é relacionada a subsídios salariais, seguido por financiamento de ações (US$ 11,5 bilhões) e desoneração ou subsídio fiscal (US$ 9,7 bilhões).

"Menos de 10% [dos auxílios do governo] serão adicionados ao patrimônio da companhia aérea. Isso muda completamente o quadro financeiro da indústria. Pagar a dívida dos governos e credores privados significará que a crise vai durar muito mais do que o tempo necessário para a demanda de passageiros se recuperar ", afirmou de Juniac.

O resgate financeiro pelos governos, de US$ 123 bilhões, será equivalente a 14% da receita do setor em 2019, que totalizou US$ 838 bilhões. Essa proporção é maior para as empresas da América do Norte, representando 25% ou US$ 66 bilhões de auxílio. Na Europa, corresponde a 15% da receita no ano passado ou US$ 30 bilhões.

Na América Latina, a quantia corresponde a US$ 3 bilhões, ou 0,8% da receita das aéreas em 2019.

Segundo o diretor-geral da Iata, os governos de países como Austrália, Itália, Tailândia, Turquia e Reino Unido reagiram rapidamente para ajudar na recuperação do setor.

Fonte: G1

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