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Guerra tem nova escalada com bombardeios russos e rejeição de ultimato de rendição da Ucrânia

Por Redação em 17/04/2022 às 14:27:51

No dia 1Âș de abril, o ministro das Relações Exteriores da RĂșssia, Sergey Lavrov, afirmou, durante sua visita oficial à Índia, que as negociações para um cessar-fogo na Ucrânia haviam progredido. Moscou esperava que o paĂ­s vizinho adotasse posição de neutralidade, renunciasse às suas aspirações de ingressar na Otan e abrisse mão da região de Donbass, no leste do paĂ­s. A declaração expressava o otimismo com sinalizações dos dois lados que apontavam para um cessar-fogo. Tudo se esvaiu, no entanto, quando, naquela manhã, um depósito de combustĂ­vel na cidade de Belgorod, na RĂșssia, foi bombardeado por forças ucranianas. A partir dali, a palavra "acordo" foi alijada de entrevistas e discursos das autoridades de ambos os paĂ­ses.

Também naquele dia 1Âș, imagens de civis mortos na cidade ucraniana de Bucha, nos arredores de Kiev, chocaram o mundo. Mais de 400 civis foram encontrados mortos, espalhados pelas ruas ou enterrados em covas rasas. O evento motivou novas sanções à RĂșssia e o repĂșdio do Ocidente. Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, pediu que o lĂ­der russo Vladimir Putin seja julgado por crimes de guerra. Com 93 votos a favor, 24 contra e 58 abstenções (inclusive a do Brasil), Moscou foi suspensa do Conselho de Direitos Humanos da ONU.

O Kremlin nega as acusações, mas os ucranianos são taxativos e pressionam os paĂ­ses ocidentais por duras sanções aos inimigos. "Sabemos de milhares de pessoas mortas e torturadas, com membros decepados, mulheres estupradas e crianças assassinadas", acusou Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia. "É muito difĂ­cil conversar quando vocĂȘ vĂȘ o que eles fizeram aqui", destacou, deixando evidente que um acordo se tornou mais difĂ­cil.

O resultado de Belgorod e de Bucha foi uma impressionante escalada de violĂȘncia na guerra. Bombardeios de ambos os lados excluĂ­ram as jĂĄ remotas chances de um acordo de cessar-fogo. Segundo o Kremlin, forças ucranianas bombardearam nos Ășltimos dias duas cidades na fronteira entre os dois paĂ­ses, deixando dezenas de feridos. Kiev nega a acusação. JĂĄ as tropas de Putin aumentaram a ofensiva em Kharkiv, no leste da Ucrânia, e voltaram a atacar Kiev. Misseis foram disparados à capital ucraniana entre sexta-feira, 15, e sĂĄbado, 16. Neste domingo, 17, ao menos cinco pessoas morreram em um ataque russo a Kharkiv. Ao menos 503 civis ucranianos morreram na cidade desde que o conflito eclodiu.

A ferocidade dos ataques estĂĄ ligada ao bombardeio ao navio cruzador russo Moskva, que afundou no mar negro após ser atingido por dois mĂ­sseis ucranianos. Ciente de que feriu o orgulho do inimigo, a Ucrânia lançou selos comemorativos. Filas enormes se formaram em frente aos correios em Kiev na sexta-feira, 15, para adquirir uma "lembrancinha" do episódio, que renovou a esperança do paĂ­s. Uma amostra disso é a batalha em Mariupol, importante cidade portuĂĄria no leste ucraniano. A RĂșssia exige a rendição das tropas de Zelensky, mas os ucranianos afirmam que vão resistir. "Nossos soldados ainda estão lĂĄ e vão lutar até o fim", declarou o primeiro-ministro Denys Shmygal. "A Ucrânia estĂĄ pronta para grandes batalhas e pode vencĂȘ-las, inclusive no Donbass", afirmou o assessor da presidĂȘncia ucraniana, Mikhailo Podoliak.

Fonte: JP

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