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AGRICULTURA

Pode inviabilizar a próxima safra, diz presidente da Aprosoja-MT sobre impacto da guerra entre Rússia e Ucrânia


Solo brasileiro depende de adubação para produção
Fernando Cadore diz que custos de produção já estavam altos e conflito piora a situação. Bielorrússia já comunicou o Brasil da suspensão de vendas de fertilizantes por bloqueio de rota.


O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Fernando Cadore, avalia que a guerra entre Rússia e Ucrânia pode trazer consequências desastrosas para o agronegócio.

Um dos principais países que importam fertilizantes ao Brasil, a Bielorrússia comunicou da suspensão das negociações por bloqueio da rota de entrega.

Segundo o presidente da Aprosoja, os produtores de Mato Grosso já vinham enfrentando aumento considerável nos custos da produção. Destaca que os fertilizantes já estavam sendo vendidos com 200% de acréscimo do valor da safra passada. Afirma ainda que o ambiente está se tornando insustentável a ponto de inviabilizar a safra 2022/2023 do estado.

Cadore afirma que esse aumento nos custos poderá ser sentido nos supermercados com o aumento dos produtos, consequentemente, a elevação da inflação.

"Os solos do Brasil são dependentes de adubação. Então, esse impacto é do custo do produtor rural e, obviamente, na prateleira do supermercado, com o poder de gerar uma inflação ainda maior dos alimentos", disse o presidente da entidade.

Ele ressalta que a solução ao problema seria a liberação da mineração de fósforo e potássio que poderiam ser explorados neste momento de emergência, mas que a burocracia impede.



Fernando Cadore destaca que produção pode ser inviabilizada por aumento dos fertilizantes


"A burocracia não nos permite explorar, não permite que sejam exploradas para que nosso país seja autossuficiente e não dependa de outros países em uma condição desta. É hora de unir forças, o governo e os parlamentares para que possamos explorar nossas reservas e essa conta não seja paga pelos produtores e a população", destacou.

Fertilizantes no Brasil

O Brasil é um grande produtor agrícola e tem um papel importante como fornecedor de grãos para o mundo. Por outro lado, o país tem dificuldades para fabricar os insumos necessários para manter a alta produtividade, como os fertilizantes.

Em 2021, o Brasil importou 41,6 milhões de toneladas de fertilizantes, somando US$ 15,1 bilhões. Apenas em janeiro de 2022, foram compradas 2,3 milhões de toneladas do insumo, número 15,2% inferior ao mesmo período no ano passado, aponta a plataforma Comex Stat, do Ministério da Economia.

Veja a seguir o ranking de fornecedores de adubos ou fertilizantes químicos (exceto fertilizantes brutos) ao Brasil em 2021, de acordo com o Comex Stat:

Rússia - 23%

China - 14%

Marrocos - 11%

Canadá - 9,8%

Estados Unidos - 5,6%

Catar - 4,6%

Belarus - 3,4%

Omã - 3,2%

Arábia Saudita - 3,1%

Argélia - 2,9%

Alemanha - 2,8%

Nigéria e Israel - 2,6%

Egito - 1,9%

Países Baixos - 1,5%

Noruega - 0,92%

Jordânia - 0,71%

Finlândia - 0,63%

Bélgica - 0,92%

Chile - 0,64%

Espanha - 0,60%

Turcomenistão - 0,55%

Irã - 0,38%

Venezuela - 0,34%

Emirados Árabes Unidos - 0,33%

Lituânia e Azerbaijão - 0,30%

Bolívia - 0,25%

Austrália - 0,24%

Barein - 0,23%

Reino Unido - 0,20%

Polônia e Coveite - 0,16%

México - 0,15%

Itália, Coréia do Sul, Tunísia e Líbano - 0,12%

Turquia - 0,089%

Trindade e Tobago - 0,088%

Colômbia - 0,064%

Senegal - 0,063%

Líbia - 0,040%

Geórgia - 0,036%

Irlanda - 0,027%

Guatemala - 0,022%

Argentina - 0,021%

França - 0,017%

Suécia - 0,010%

Portugal - 0,0093%

Paraguai - 0,0084%

Uruguai - 0,0078%

Indonésia - 0,0075%

Singapura - 0,0062%

República Tcheca - 0,0053%

Eslováquia - 0,0025%

Sérvia - 0,0020%

Polinésia Francesa - 0,000068%

República Dominicana - 0,000036%

Índia - 0,000022%

Ucrânia - 0,0000034%

Veja como a guerra na Ucrânia pode afetar os preços no Brasil

G1

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