Elza Soares se apresentou muitas vezes no exterior

Por Redação em 20/01/2022 às 23:39:59
O jornal “The New York Times” já rasgou elogios à cantora, disse que Elza era uma figura mítica no Brasil e que “sempre manteve sua música fresca, mesmo com a cavalgada de tragédias que a perseguiam a vida toda”. Elza Soares se apresentou várias vezes no exterior

Elza Soares se apresentou muitas vezes no exterior e foi sempre recebida com entusiasmo pelo público e pela crítica especializada.

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Jazz ácido foi o rótulo que as músicas de Elza Soares ganharam nos anos 1990 dos entendidos de música na Inglaterra. Mas foi depois de um show ao lado de Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil e Chico Buarque, em Londres, em 1999, chamado “Desde que o samba é samba”, que Elza recebeu o convite: a rádio BBC a escolheu para participar de uma série de programas de rádio.

A série se chamava “Millenium” porque queria contar a história dos últimos 100 anos de música no mundo. Elza foi uma das únicas artistas populares escolhidas. A seleção privilegiou música de raiz e erudita. O representante dos Estados Unidos foi o trompetista Wynton Marsalis.

A partir daí, Elza começou a ser chamada de a voz do milênio. O programa ajudou a levantar a carreira da cantora no Brasil. Nos anos 1980, Elza morou em Los Angeles, tentando uma carreira nos Estados Unidos. Mas ficou frustrada com a dificuldade de um artista brasileiro entrar no mercado.

A carreira de Elza Soares sempre foi marcada por altos e baixos. Mais de 20 anos depois da tentativa de uma carreira nos EUA, ela voltou para o país em grande estilo: se apresentando para milhares de pessoas no Central Park sentada em um trono.

Elza apresentou o show de seu álbum “A mulher do fim do mundo”, com canções de jovens compositores. A repórter Carolina Cimenti a entrevistou na época.

“Eu me sinto bem no auge da minha carreira mesmo, graças a Deus. Acho bom, acho maravilhoso isso”, disse Elza na época.

O produtor do festival, Petrit Pula, lembra que o show foi muito aguardado e que o avião de Elza pegou fogo quando ela ia para os Estados Unidos, e que a cantora se apresentou na raça, sem nem fazer passagem de som - apesar do cansaço aos 87 anos.

O mesmo álbum levou a cantora a festivais pelo mundo. O jornal “The New York Times” rasgou elogios. Disse que Elza era uma figura mítica no Brasil e que “sempre manteve sua música fresca, mesmo com a cavalgada de tragédias que a perseguiam a vida toda”.

As últimas canções de Elza caíram como uma luva para o momento em que os Estados Unidos viviam: de renascimento de uma cultura antirracista, feminista, que grita pelo respeito aos direitos humanos.

Em junho de 2021, a fundação da cantora Beyoncé homenageou Elza Soares como uma das grandes vozes negras que influenciaram o mundo através de sua arte.

O jornal “The New York Times” completou: “Elza faz proclamações de orgulho como uma mulher negra brasileira e chamará a multidão (em português) para atacar os poderes constituídos”.

Fonte: G1

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