Anunciada como integrante da equipe econômica do pré-candidato à presidência João Doria (PSDB-SP), Vanessa Rahal Canado voltou a defender a tributação de setores como o de livros em evento nesta quinta-feira (16) em São Paulo. A proposta de um imposto único sobre valor agregado, defendida por Paulo Guedes e Vanessa Canado em 2020, foi alvo de críticas de diversos setores na época. Questionada sobre o projeto nesta quinta, Canado declarou que a mudança prevê "mecanismos mais modernos de políticas públicas", na comparação com a desoneração de setores. Atualmente, o mercado editorial é desonerado, ou seja, não paga impostos e é protegido de cobranças pela Constituição Federal. "A nossa proposta de reforma tributária, tanto a que eu trabalhei anteriormente no Congresso, como a que eu trabalhei junto com o ministro Paulo Guedes, elas preveem mecanismos mais modernos de políticas públicas. Uma das formas que você tem de tornar bens acessíveis, e aí não eram só os livros, mas medicamentos, cadeiras de rodas, inúmeros bens e serviços, uma das maneiras era dar isenção. O que nem sempre torna os bens mais acessíveis. Isso é empiricamente comprovado", declarou Canado nesta quinta. Ao lado de Doria e dos economistas Ana Carla Abrão Costa, Zeina Latif e Henrique Meirelles, a tributarista defendeu que uma outra maneira de taxar os bens, diferente da isenção que é usada atualmente, seria "arrecadar dinheiro de toda população e, aí sim, fazer uma política pública direcionada para aquilo que a gente quer". "Fazer essas escolhas de antemão talvez não seja tão eficiente e talvez não seja tão democrático. Eu gosto muito de livros, muita gente precisa de medicamentos e outras de cadeiras de rodas, então talvez essa escolha seja mais legítima no âmbito da política pública do que no âmbito da tributação", disse.Para ela, permitir a tributação comum desses setores poderia ajudar a "alcançar de fato quem mais precisa". "Além de você gastar menos dinheiro, alcança de fato quem mais precisa. Mas não é uma discussão nossa, é uma discussão que está em andamento no Congresso e vai estar em andamento no próximo governo. E quem escolhe em última análise é a sociedade pelos representantes eleitos", completou. A proposta de tributar setores atualmente isentos, como o de livros, foi alvo de críticas em 2020 porque seus defensores afirmaram que as pessoas que consomem esses produtos e serviços têm mais condições de pagar impostos.Vanessa Canado fez essa declaração em agosto de 2020 ao comentar a proposta de reforma tributária do governo, enviada ao Congresso em julho, e que prevê unificação do PIS e da Cofins (incidente sobre a receita, folha de salários e importação) num tributo que receberia o nome de Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS) (veja mais no vídeo abaixo).Doria anuncia equipe econômicaO governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, João Doria, anunciou nesta quinta-feira (16) os responsáveis pelo programa de governo na área da economia.Doria disse que pretende formar um time de seis economistas, com três homens e três mulheres.Entre os homens, o único já anunciado é o do atual secretário de Fazenda e Planejamento de São Paulo, Henrique Meirelles, que deve atuar como porta-voz do grupo. Além dele, foram divulgados os nomes de Ana Carla Abrão Costa, Zeina Latif e Vanessa Canado.A equipe defendeu propostas de combate à pobreza e geração de emprego e renda.
G1