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Polícia Federal deflagra nova operação contra migração ilegal no interior do Acre


Operação “Kharon” foi deflagrada nesta quinta-feira (2) nos municípios de Assis Brasil e Brasileia. Operação “Kharon” foi deflagrada nesta quinta-feira (2) nos municípios de Assis Brasil e Brasileia

Arquivo/PF

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (2), a operação “Kharon” contra a promoção de migração ilegal. Ao todo, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão nos municípios de Assis Brasil e Brasileia, no interior do Acre.

Conforme a polícia, a investigação iniciou com a prisão em flagrante de um homem suspeito de promover a migração ilegal a migrantes que tentavam entrar na cidade de Iñapari, no Peru, pela fronteira com a cidade de Assis Brasil.

O homem prometia atravessar os migrantes pelo rio e, segundo a PF, cobrava em dólares por pessoa para fazer esse trabalho.

A partir dessa prisão, a polícia instaurou um inquérito e as investigações apontaram a existência de uma possível associação criminosa para promoção de migração ilegal na região da tríplice fronteira Brasil - Peru – Bolívia.

Essa não é a primeira operação da PF contra migração ilegal pelos chamados coiotes - que transportam imigrantes clandestinamente. Em setembro foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão nas cidades de Rio Branco, Brasileia e Assis Brasil.

Cidade de Assis Brasil chegou a ter mais de 600 imigrantes em fevereiro deste ano

Arquivo pessoal

Fluxo migratório

Por estar na fronteira do Brasil com o Peru, o município de Assis Brasil registra um fluxo migratório considerável. Em fevereiro, a Ponte da Integração, que liga o Acre ao Peru, foi ocupada por mais de 300 imigrantes. Na época, a cidade de Assis Brasil chegou a ter mais de 600 imigrantes.

Com a fronteira fechada por conta da pandemia, os migrantes, que pretendiam atravessar o Peru, a fim de seguir caminho para a América do Norte, foram impedidos de passar para o lado peruado pela polícia do país vizinho. Conforme a PF, a atuação dos coiotes é um dos fatores que contribuiu para o agravamento da situação.

O secretário de Assistência Social de Assis Brasil, Quedinei Correia, afirmou que os grupos têm encontrado rotas alternativas para passar para o Peru, mesmo com a fronteira ainda fechada.

O movimento na cidade é tanto de imigrantes que chegam pelo Peru com destino às cidades brasileiras como aqueles que querem deixar o Brasil e encontram meios alternativos para passar.

Com a ponte fechada, muitos conseguem atravessar de barco e depois pagam os chamados coiotes para seguir viagem pelo Peru até chegar em outros países.

Fluxo migratório continua intenso na cidade do interior do Acre

Arquivo/Prefeitura

Crise migratória

A situação dos imigrantes começou a ficar tensa no interior do Acre no dia 14 de fevereiro, quando eles deixaram os abrigos que ocupavam e se concentraram na Ponte da Integração. No dia 16, os estrangeiros enfrentaram a polícia peruana e invadiram a cidade de Iñapari, no lado peruano da fronteira. Depois de confronto, o grupo foi mandado de volta para Assis Brasil.

Os estrangeiros tentavam sair do Brasil usando o Acre como rota. A ponte já chegou a ser ocupada por pelo menos 300 imigrantes, na maioria haitianos. Mais de 130 caminhões chegaram a ficar retidos tanto do lado brasileiro como no peruano e o prejuízo é calculado em mais de R$ 600 mil.

Retidos no AC sem conseguir passar para o Peru, imigrantes chegaram a fazer protesto em fevereiro deste ano

A crise migratória resultou na visita do secretário Nacional de Assistência Social, do Ministério da Cidadania, Miguel Ângelo Gomes, que esteve no dia 19 de março em Assis Brasil para ver a situação.

Gomes se reuniu com o governador da Província de Madre De Dios, Luis Guillermo Hidalgo Okimura, e o prefeito de Iñapari, Abraão Cardoso. Na conversa, segundo a Agência do Governo do Acre, as autoridades peruanas informaram que o país avaliava uma forma de abrir a fronteira para liberar a passagem dos imigrantes.

Foi então que a União pediu a reintegração de posse contra os imigrantes que estavam acampados na ponte e a Justiça Federal deferiu o pedido no início de março. Desde então, o número de imigrantes na cidade do interior do Acre reduziu muito e a prefeitura desativou os abrigos montados em escolas. Um novo abrigo, com capacidade para 50 pessoas, foi instalado para receber os imigrantes que chegam ao município.

Rotas

São duas situações que fizeram com que o número de imigrantes crescesse na cidade de Assis Brasil; a primeira, a de imigrantes que entraram no Brasil entre 2010 e 2016 em busca de uma vida melhor e, com a crise da pandemia, tentam sair do país para seguir viagem até México, Canadá, Estados Unidos e outros países.

A segunda é que o Peru, mesmo fechando a passagem para a entrada de imigrantes, libera a saída deles para o lado brasileiro, então, é uma porta de entrada para venezuelanos que buscam melhores em estados brasileiros.

Alguns dos imigrantes retidos no Acre também tentam uma rota alternativa para chegar na Bolívia e de lá seguir viagem.

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G1

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