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Juros de crédito imobiliário sobem em bancos públicos em meio à alta da Selic; veja comparativo de taxas

Por Redação em 13/11/2021 às 07:45:28
Acompanhando a taxa básica, hoje em 7,75% ao ano, alta de até 1 ponto percentual foi verificada em linhas tradicionais da Caixa e do Banco do Brasil.


Com a taxa básica de juros em 7,75% ao ano e em tendência de alta, bancos públicos aumentaram as tarifas cobradas para financiamento imobiliário desde setembro – e os privados sinalizam que reajustes nas tarifas podem ocorrer ao longo dos próximos meses.

A expectativa é que o custo do crédito para a compra de imóveis volte a ficar mais caro a partir de 2022, já que as taxas devem voltar ao patamar de dois dígitos.

A Caixa Econômica Federal (CEF), que lidera o segmento, aumentou as taxas do crédito tradicional (pré-fixado). As tarifas foram de 7% ao ano mais TR em setembro para 7,25% ao ano mais TR atualmente. Na linha atrelada à poupança, os juros foram reduzidos em outubro e permanecem a partir de 2,95% ao ano, somadas à remuneração da caderneta.

Sobre o reajuste na linha pré-fixada, a Caixa informou que "a definição das taxas de juros se baseia na análise da associação de fatores mercadológicos e conjunturais dentro das regras prudenciais de definição das condições do crédito".

O Banco do Brasil, por sua vez, afirmou ter repassado um aumento de, em média, 0,4 ponto percentual ao ano às taxas de financiamento imobiliário em outubro. Com o reajuste, o crédito tradicional passou de 6,55% ao ano mais TR em setembro para 7,58% ao ano.

"Não há previsão para novos reajustes, que só se justificam na hipótese das variáveis que compõem os preços se alterarem ou que se verifique condição de mercado", disse o banco ao g1, em nota.

Bancos privados

Entre os bancos privados, as taxas do Santander foram reajustadas no início de setembro. Na data, elas passaram de 7,99% ao ano mais TR para 8,99% ao ano mais TR. Não houve novos reajustes desde então.

O Bradesco, por sua vez, informou que não houve aumento nas taxas em outubro. Os juros permanecem os mesmos em setembro: a partir de 8,50% ao ano mais TR na linha pré-fixada e 2,99% ao ano mais a remuneração da caderneta, na pós-fixada.

De acordo com o banco, futuros reajustes vão depender da magnitude da alta da taxa Selic nas próximas reuniões do Copom".

O mesmo fez o Itaú. O banco aumentou suas taxas pela última vez em setembro, quando decidiu reduzir os juros do financiamento atrelado à poupança. As tarifas cobradas no crédito tradicional estão em 8,3% ao ano, mais TR.

O banco afirma que não há previsão de novos aumentos, mas que segue atento "às tendências do mercado".

Comparativo de taxas

Veja abaixo:


Comparativo de juros para financiamento de imóveis — Foto: g1
Comparativo de juros para financiamento de imóveis


Vale lembrar que as taxas anunciadas pelos bancos são as mínimas, e que, para conseguir juros mais baixos, o tomador do crédito precisa quase sempre aceitar uma série de condições. O nível e o tempo de relacionamento com o banco, valor do imóvel, bem como o perfil e renda do consumidor são fatores que também costumam influenciar diretamente as taxas de juros de um financiamento.

Assim, é importante que o tomador do crédito pesquise entre os bancos qual oferece a menor taxa para o seu perfil. Além da taxa de juros, devem ser considerados também os seguros obrigatórios, o sistema de amortização utilizado (SAC ou Tabela Price), além do pacote de serviços exigidos pelo banco para garantir a taxa ofertada.

Expectativa de juros mais altos em 2022

Com a expectativa de novos aumentos da Selic e das taxas de longo prazo, o crédito imobiliário deve ficar mais caro em 2022, quando os juros devem voltar a dois dígitos.

De acordo com o Banco Central, os juros médios das operações de crédito imobiliário ficaram em 7,42% ao ano em setembro. Em agosto, o percentual foi de 7,16% ao ano.

Diante deste cenário, a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) prevê uma alta próxima de 10% nos financiamentos imobiliários em 2022, já considerando taxas maiores. Para este ano, a expectativa é de um crescimento de 57% no volume de empréstimos, chegando ao recorde de R$ 195 bilhões.

"Será um resultado positivo [em 2022]. Vamos ver um crescimento em cima de uma base muito parruda", ponderou Cristiane Portella, presidente da entidade.

Alta dos juros favorece investidor, mas preocupa que precisa de crédito

Para Bruno Gama, CEO da Credihome, com o avanço da Selic o setor imobiliário deve viver instabilidade em 2022. Ainda assim, ele afirma que, enquanto as taxas estiverem no limite de 10% ao ano, o mercado estará competitivo.

"A competição entre os bancos é bastante intensa, embora a gente saiba que vai existir algum repasse [nos juros]. A nossa visão é que as taxas vão se estabilizar entre 9% e 10% ao ano, a não ser que a inflação continue subindo e a política monetária tenha que ser mais agressiva", disse.

Para quem deseja financiar um imóvel, o executivo da Credihome aconselha buscar ainda este ano a aprovação da carta de crédito no banco de preferência. Com ela, o futuro mutuário terá garantido, pelo menos, a taxa de juros abaixo de dois dígitos para, então, procurar o imóvel com mais tranquilidade.

Financiamento com recursos com poupança

O financiamento imobiliário com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) atingiu US$ 17,85 bilhões em setembro, alta de 38,2% ante mesmo mês de 2020, de acordo com a Abecip.

De janeiro a setembro, o valor financiado atingiu R$ 154,69 bilhões, alta de 96,3% na comparação anual.

No mês passado, foram financiados 73,8 mil imóveis nas modalidades de aquisição e construção – queda de 18,2% na comparação com agosto. Comparado a setembro de 2020, houve alta de 75,6%.

No ano, entre janeiro e setembro de 2021, foram financiados com recursos da poupança do SBPE 663,25 mil imóveis, resultado 137,7% superior ao de igual período do ano passado.

Fonte: G1

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