Rio tem o maior preço médio da gasolina no país na última semana, diz ANP; motoristas reclamam que preço pesa no bolso

Por Redação em 12/11/2021 às 19:44:07
O valor máximo, de R$ 7,999, foi encontrado em Bagé, no Rio Grande do Sul, e em São Francisco de Itabapoana, no Rio de Janeiro.


O Rio de Janeiro tem o maior preço médio da gasolina entre todos os estados do país, de acordo com o levantamento semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), com R$ 7,237. A pesquisa analisou o valor cobrado por postos entre os dias 7 e 13 de novembro.

O valor máximo, de R$ 7,999, foi encontrado em Bagé, no Rio Grande do Sul, e em São Francisco de Itabapoana, no Rio de Janeiro.

Em todo o Estado do Rio de Janeiro, foram 333 postos que tiveram preços analisados. Na capital, valores cobrados por 68 postos foram analisados na pesquisa e R$ 7,164 foi o preço médio cobrado nas bombas.


Valores de posto na Praça da Bandeira, Zona Norte do Rio — Foto: Cristina Boeckel/g1 Rio
Valores de posto na Praça da Bandeira, Zona Norte do Rio


O g1 circulou por seis postos nas zonas Sul, Norte e Oeste da cidade e verificou que, em alguns lugares, a gasolina aditivada já superou a marca dos R$ 8.

Segundo a ANP, o preço médio do litro do combustível é de R$ 7,749 nos postos do estado. O preço mais baixo da gasolina comum nos postos verificados pelo g1 foi de R$ 7,355, e o mais caro foi de R$ 7,599.

Porém, os preços sobem bastante quando falamos das chamadas gasolinas "premium", cujo preço já superam os R$ 8.

Se levarmos em consideração os dados da pesquisa da ANP apenas para a cidade do Rio de Janeiro, a gasolina comum tem preço médio de R$ 7,177 em 64 postos pesquisados.


O g1 percorreu postos de combustíveis nas zonas Norte, Sul e Oeste da cidade e ouviu reclamações de motoristas sobre o preço dos combustíveis — Foto: Cristina Boeckel/g1
O g1 percorreu postos de combustíveis nas zonas Norte, Sul e Oeste da cidade e ouviu reclamações de motoristas sobre o preço dos combustíveis


Mais gastos

Para o mototaxista Cosme Lourenço, que trabalha em um ponto no Rio Comprido, na Zona Norte, o aumento impactou nas despesas.

"Há cinco ou seis meses, eu abastecia com R$ 20 por dia e rodava o dia inteiro. Hoje eu gasto R$ 40 por dia. O total chega a R$ 1 mil a R$ 1,2 mil por mês", contou o mototaxista.

Cosme trabalha levando passageiros de moto há quatro anos. Antes trabalhava como segurança e mudou de carreira justamente para ter mais ganhos.

"Isso afeta as minhas despesas domésticas, acaba faltando para outras coisas", completou Cosme.

O comerciante Rubens Paraíso contou que se mudou para mais perto do trabalho há um ano, para diminuir os gastos com combustíveis. Ele acredita que o valor chegará a R$ 10 até o fim do ano.

"Antes eu gastava uns R$ 900 por mês. Se tivesse ficado no mesmo lugar hoje eu gastaria R$ 1,8 mil", disse o comerciante.

O motorista Reginaldo Gonçalves afirmou que pretende deixar o carro em casa e usar mais moto ou bicicleta para economizar. Em dez dias do mês de novembro, ele já gastou R$ 300 para abastecer.

"Uso vários combustíveis e o que mais pesa é a gasolina. Este dinheiro eu gastaria em compras, que também estão pesando no orçamento", afirmou o motorista.

Mudança de comportamento

O taxista Zequias Júlio, que trabalha como taxista desde 1975, conta que já viu crises no preço no combustível, mas que esta é a mais aguda delas. Ele roda usando gasolina e o aumento nos preços causou mudanças no trabalho, como parar de procurar passageiros que fazem sinal nas ruas e apenas permanecendo no ponto.

"Hoje a gente não dá rolê, que não tem condições. A gente leva o passageiro daqui no destino e vem até procurando os passageiros, mas volta para o ponto", contou Zequias.

Os frentistas dos postos de combustíveis contam que é comum ouvir reclamações dos clientes, mas que a maioria não deixou de abastecer por causa dos preços.

"As pessoas perguntam os preços, a gente fala. As pessoas reclamam, mas eles acabam abastecendo, principalmente quem é mototáxi e depende do veículo para trabalhar", contou um frentista de um posto da Zona Sul, que não quis ser identificado.

Para um frentista que trabalha na Zona Oeste do Rio, as reclamações dos consumidores o obrigaram a desenvolver outras habilidades.

"De cada dez carros que eu abasteço aqui, uns 5 reclamam do preço do combustível, mas eles não param de colocar não", disse o trabalhador, que já se considera um pouco psicólogo de tanto ouvir desabafos dos clientes.

Fonte: G1

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