O Ministério da Agricultura do Brasil concedeu registro para diversos agrotóxicos à base de dicamba, incluindo um produto da Monsanto, empresa da alemã Bayer, segundo publicações da pasta no Diário Oficial da União na quinta-feira (7).Em nota, a Bayer esclareceu que a aprovação realizada pela pasta é referente ao registro do ingrediente ativo do dicamba. "Não se trata de concessão de registro da formulação para fins comerciais", disse a empresa à Reuters.As autorizações do governo brasileiro vêm pouco depois de uma decisão judicial nos Estados Unidos ter vetado, no início de junho, a venda de alguns pesticidas com dicamba no país, incluindo o XtendiMax, da Bayer, o Engenia, da Basf, e o FeXapan, da Corteva Agroscience.Na decisão, um painel de três juízes entendeu que reguladores minimizaram riscos relacionados ao produto.Antes, em fevereiro, a Bayer e a Basf foram condenadas por um júri nos EUA a pagar indenização a um produtor rural no Missouri que alegou que pesticidas com dicamba destruíram suas plantações de pêssego.A coordenadoria-geral de agrotóxicos do Ministério da Agricultura brasileiro aprovou registros para seis produtos à base de dicamba, sob titularidade de empresas que incluem Monsanto, Albaugh Agro Brasil e Ouro Fino Química, entre outras.Todos foram classificados como "produto muito perigoso ao meio ambiente", segundo as publicações da pasta no Diário Oficial da União. O produto da Bayer, sob marca Dicamba Técnico Monsanto 1, tem como fabricante a indiana Gharda Chemicals Limited.A decisão judicial nos EUA contra produtos com dicamba foi criticada pelo secretário de Agricultura do país, Sonny Perdue, que disse que gerou incertezas para produtores rurais. Depois, a Agência de Proteção Ambiental norte-americana (EPA) afirmou fazendeiros poderiam utilizar os estoques existentes de pesticidas à base do produto.
G1