Relembre o que Bolsonaro disse sobre Alexandre de Moraes no 7 de Setembro

Por Redação em 09/09/2021 às 17:43:34
Presidente discursou em ato na Paulista e voltou a atacar o ministro do STF. Nesta quinta, ele divulgou carta em que afirma não ter tido 'intenção de agredir' poderes. Bolsonaro ataca Alexandre de Moraes e diz que não cumprirá mais decisões do ministro

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) divulgou nesta quinta-feira (9) um texto intitulado "Declaração à Nação" no qual afirma que nunca teve "intenção de agredir quaisquer dos poderes". Ele atribuiu a crise institucional a "discordâncias" em relação a decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Na terça-feira (7), dois dias atrás, Bolsonaro foi bem mais incisivo em relação a Moraes ao discursar na avenida Paulista. Relembre o que ele falou:

"Dizer a vocês, que qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes, esse presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou, ele tem tempo ainda de pedir o seu boné e ir cuidar da sua vida. Ele, para nós, não existe mais."

Pela Constituição brasileira, ninguém pode descumprir decisão judicial.

O presidente também falou na ocasião:

"Ou esse ministro [Alexandre de Moraes] se enquadra ou ele pede para sair. Não se pode admitir que uma pessoa apenas, um homem apenas turve a nossa liberdade. Dizer a esse ministro que ele tem tempo ainda para se redimir, tem tempo ainda de arquivar seus inquéritos. Sai, Alexandre de Moraes. Deixa de ser canalha. Deixa de oprimir o povo brasileiro, deixe de censurar o seu povo. Mais do que isso, nós devemos, sim, porque eu falo em nome de vocês, determinar que todos os presos políticos sejam postos em liberdade".

Juristas viram crime de responsabilidade na fala do presidente.

Alexandre de Moraes é responsável pelo inquérito que investiga o financiamento e organização de atos contra as instituições e a democracia e pelo qual já determinou prisões de aliados do presidente e de militantes bolsonaristas. Bolsonaro é alvo de cinco inquéritos no Supremo e no Tribunal Superior Eleitoral. Moraes vai ser presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no próximo ano.

Na segunda (6), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), Alexandre de Moraes determinou à Polícia Federal as prisões de envolvidos na organização de atos contra as instituições e a democracia, além de buscas e apreensões em endereços e bloqueio de contas bancárias. As decisões de Moraes atenderam a solicitações da Procuradoria-Geral da República (PGR). Os pedidos de medidas cautelares foram assinados pela subprocuradora Lindôra Araújo.

Delis Ortiz: Temer redigiu 'Declaração à Nação' de Bolsonaro

Outras declarações

Na Paulista, Bolsonaro também voltou a pedir o voto impresso e criticou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas não mencionou o nome de Luís Roberto Barroso. O Projeto de Emenda Constitucional (PEC) do voto impresso foi arquivado na Câmara dos Deputados em agosto, uma derrota para o governo Bolsonaro.

"A paciência do nosso povo já se esgotou Nós acreditamos e queremos a democracia. A alma da democracia é o voto. Não podemos admitir um sistema eleitoral que não fornece qualquer segurança. Nós queremos eleições limpas, democráticas, com voto auditável e contagem pública dos votos. Não podemos ter eleições onde pairem dúvidas sobre os eleitores. Não posso participar de uma farsa como essa patrocinada pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Não vamos mais admitir que pessoas como Alexandre de Moraes continue a açoitar a nossa democracia e desrespeitar a nossa Constituição. Ele teve todas as oportunidades de agir com respeito a todos nós, mas não agiu dessa maneira como continua a não agir", disse Bolsonaro.

O presidente voltou a dizer que não vai ser preso. "Preso, morto ou com vitória. Dizer aos canalhas, que eu nunca serei preso", encerrou o discurso.

Em agosto, Bolsonaro protocolou no Senado um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre Moraes sob o argumento de que ele e o ministro Luis Roberto Barroso extrapolam os limites da Constituição. O pedido foi rejeitado pelo Senado.

Fonte: G1

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