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Falta de oportunidades no mercado atinge 3 em cada 10 brasileiros na força de trabalho, aponta IBGE

Por Redação em 30/06/2021 às 12:34:29
Ao final de abril, país atingiu o recorde de quase 33,3 milhões de trabalhadores subutilizados, o que corresponde a 29,7% da população economicamente ativa. Dentre este contingente, 6 milhões estão desalentados. Fila de candidatos a vagas de emprego em loja no Recanto das Emas, no Distrito Federal, registrada em janeiro de 2021

TV Globo/Reprodução

Diante do agravamento da crise provocada pela pandemia, faltam oportunidades efetivas no mercado para 33,3 milhões de brasileiros, o que corresponde a três em cada dez trabalhadores. A dificuldade em conseguir uma ocupação é tamanha que 6 milhões de pessoas desistiram da procura. É o que apontam os dados divulgados nesta quarta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O contingente que enfrenta a falta de trabalho forma o que o IBGE classifica como trabalhadores subutilizados. Ele reúne os desempregados, os desalentados (que desistiram de procurar emprego), aqueles que estão subocupados (trabalham menos de 40 horas semanais), e os que poderiam estar ocupados, mas não trabalham por motivos diversos.

Desemprego mantém recorde de 14,7% e atinge 14,8 milhões de brasileiros em abril

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Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) e são referentes ao trimestre terminado em abril, quando o país manteve o recorde de 14,8 milhões de desempregados e taxa de desemprego de 14,7%.

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O contingente de trabalhadores subutilizados corresponde a 29,7% da força de trabalho no país, considerada a população economicamente ativa, que é formada pelos trabalhadores ocupados e por aqueles que estão em busca de trabalho. Ou seja, a cada dez trabalhadores, três enfrentam a falta de oportunidades no mercado.

Formam este contingente:

14,8 milhões de desempregados: pessoas que não trabalham, mas procuraram empregos nos últimos 30 dias (em abril de 2020, eram 12,9 milhões);

7,2 milhões de subocupados (1,1 milhão a mais que em abril de 2020): pessoas que trabalham menos de 40 horas por semana, mas gostariam de trabalhar mais;

11,3 milhões de pessoas que poderiam trabalhar, mas não trabalham (força de trabalho potencial): grupo que inclui 6 milhões de desalentados (que desistiram de procurar emprego) e outras 5,3 milhões que podem trabalhar, mas que não têm disponibilidade por algum motivo, como mulheres que deixam o emprego para cuidar os filhos.

Estão fora da força de trabalho as pessoas com mais de 14 anos de idade que, por algum motivo (mestrado, doutorado, aposentadoria, invalidez, etc.), não podem, ou não querem trabalhar mesmo que haja vagas disponíveis

Dados referentes ao trimestre terminado em abril de 2021

Economia/G1

De acordo com a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, tanto a taxa quanto o contingente de trabalhadores subutilizados registraram recorde na série comparável (que considera trimestres móveis), iniciada em 2012. No trimestre terminado em agosto de 2020, porém, a taxa chegou a 30,6%, com 67 mil trabalhadores subutilizados a mais que o registrado em abril deste ano.

A pesquisadora enfatizou que a população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas vem aumentando desde o trimestre encerrado em outubro. Destacou, ainda, que o crescimento dos subocupados é maior que o da população ocupada.

“Isso mostra que vem aumentando o número de trabalhadores que têm disponibilidade para trabalhar mais horas do que aquelas habitualmente trabalhadas”, explicou.

Na comparação com abril do ano passado, o número de desempregados aumentou em quase 2 milhões de pessoas. Já entre os trabalhadores subocupados, o aumento foi de 1,1 milhão. O contingente de desalentados, por sua vez, aumentou em 941 mil em um ano.

Em contrapartida, o número de pessoas ocupadas no mercado de trabalho foi reduzido em 3,3 milhões no mesmo período, o que corresponde a uma queda de 3,7%. A analista da pesquisa ponderou, porém, que essa perda de postos de trabalho já foi maior, chegando a 12% no auge da pandemia.

“Estamos observando, portanto, uma redução no ritmo de perdas a cada trimestre. No computo geral, contudo, temos menos 3,3 milhões de pessoas trabalhando desde o início da pandemia”, reiterou.

Entre as categorias profissionais, somente os trabalhadores por conta própria registraram aumento na comparação com abril do ano passado – são 661 mil trabalhadores a mais nesta condição, o que corresponde a um crescimento de 2,8%.

“Essa forma de inserção no mercado tem um contingente mais elevado agora do que em abril de 2020. Observamos uma reação maior no trabalho por conta própria do que no emprego com carteira no setor privado”, destacou.

Veja outros destaques da Pnad relativos ao trimestre terminado em abril:

Entre janeiro e abril, cerca de 500 mil brasileiros ficaram desempregados; na comparação com abril de 2020, são quase 2 milhões a mais de desempregados no país;

Em 1 ano, número de postos de trabalho ocupados foi reduzido em cerca de 3,3 milhões;

Trabalho por conta própria continuou crescendo: aumentou em 661 mil em 1 ano;

Administração pública foi a única atividade com aumento do número de ocupados;

Desalento permaneceu em patamar recorde, atingindo 6 milhões de trabalhadores; em um ano, aumentou em 941 mil o número de pessoas que desistiram de procurar trabalho;

Taxa de informalidade foi de 39,8%, o que equivale a 34,2 milhões de pessoas, contra 39,7% no ao trimestre anterior;

A população subutilizada atingiu o número recorde de 33,3 milhões, com aumento de cresceu 2,7% (mais 872 mil) frente ao trimestre anterior e de 16% (mais 4,6 milhões) na comparação interanual; a taxa composta de subutilização (29,7%) também foi recorde.

Rendimento médio dos trabalhadores foi de R$ 2.532, contra R$ 2.511 no trimestre anterior. Já a massa de rendimentos somou R$ 212,3 bilhões, o que representa um volume 5,4% menor (menos R$ 12,1 bilhões) do que o registrado no mesmo trimestre do ano passado.

Fonte: G1

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