Grupo percorreu ruas do Centro da capital neste domingo (27). Ana Paula Campestrini foi morta quando chegava em casa, na terça (22). Familiares e amigos de mulher morta a tiros em Curitiba fazem manifestação
Ana Paula Passos/Arquivo pessoal
Familiares e amigos de Ana Paula Campestrini, que foi morta a tiros em frente ao condomínio onde morava, em Curitiba, fizeram uma manifestação na tarde deste domingo (27).
O grupo de dezenas de pessoas percorreu ruas do Centro da capital paranaense levando cartazes e gritando palavras de ordem. Parte dos manifestantes usava camiseta com foto de Ana Paula.
Moto usada na execução de mulher ficou guardada em clube que ex-marido era presidente
Grupo percorreu ruas do Centro da capital paranaense levando cartazes e gritando palavras de ordem
Ana Paula Passos/Arquivo pessoal
O ato terminou em frente à Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), que investiga o caso. O crime ocorreu na terça-feira (22), no Bairro Santa Cândida. Ana Paula deixou três filhos, de nove, 11 e 17 anos.
O ex-marido da vítima e um homem suspeito de ter atirado nela estão presos. Eles negam envolvimento no crime.
O ato terminou em frente à Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), que investiga o caso
Ana Paula Passos/Arquivo pessoal
Imagens de câmeras de segurança
A Polícia Civil divulgou, na sexta-feira (25), imagens de câmeras de segurança que mostram um motociclista seguindo o carro de Ana Paula.
Nos dois vídeos divulgados é possível ver primeiro o momento em que o carro de Ana Paula sai do clube onde tinha ido. Depois, em outra rua, o veículo passa e em seguida a moto vai atrás. Veja o vídeo abaixo.
Motociclista seguiu carro de mulher antes de executá-la em Curitiba
No dia da execução, Ana Paula foi até o clube onde o ex-marido é presidente para fazer uma carteirinha que permitia acompanhar o treino dos filhos, que viviam com o pai.
A mulher estava separada havia cerca de quatro anos do marido. Segundo a polícia, ela tinha difícil acesso aos filhos.
Ao deixar o local, ela foi seguida pela motocicleta vermelha que aparece no vídeo por cerca de 15 minutos, durante todo o trajeto.
Quando Ana chegou à entrada do condomínio onde morava, o homem na moto parou ao lado do carro da vítima e disparou 14 vezes.
Segundo polícia, vítima levou 14 tiros e morreu no local
Reprodução/Câmera de segurança
Investigações
O caso é tratado como feminicídio, conforme a DHPP. Segundo a delegada Tathiana Laiz Guzella, a principal linha de investigação é que a motivação do crime tenha sido a disputa judicial que envolve o processo do divórcio entre Ana Paula e o ex-marido.
"A motivação seria um conjunto de fatores e em especial, do último mês pra cá, decisões judiciais que desfavoreciam esse investigado nas questões patrimoniais envolvendo aí as ações do casal".
A disputa judicial dura mais de três anos, com ao menos cinco processos em andamento envolvendo a guarda dos filhos e também a divisão de bens. A delegada disse que Ana havia se mudado há cerca de um mês para o residencial onde foi morta.
Com os dois suspeitos, a DHPP apreendeu equipamentos eletrônicos e computadores que serão periciados.
O que dizem os citados
Para o advogado Jeffrey Chiquini, que representa a família de Ana Paula, a principal motivação do crime foi financeira.
"Descobrimos que no ano passado Wagner vendeu um terreno, avaliado em R$ 1 milhão, não declarou à receita, e escondeu do processo de partilha. Ana descobriu e juntou isso no processo. Há elementos de sobra para comprovação da autoria deste homicídio por motivo torpe, por situação financeira".
A advogada Louise Mattar Assad, que defende Wagner Oganauskas e Marcos Ramon, rebate essa afirmação.
"O que o advogado está falando não está no inquérito, não tem juntado isso, a delegada em momento algum falou sobre isso. Eu li o inquérito inteiro e não existe essa informação".
Louise também afirma que eles estavam em casa no horário em que Ana Paula foi assassinada e negam envolvimento no crime.
A advogada também diz que Marcos tem uma moto vermelha, mas o modelo é diferente do que aparece na foto tirada dentro do clube.
"O Marcos tem uma moto com placa, vermelha, bem maior do que a que está nas imagens, ele é canhoto, e são essas as coincidências".
Contudo, a delegada Tathiana afirma que o suspeito esconde informações da polícia.
"Ocorre que ele omite as informações de que na verdade ele tinha duas motocicletas vermelhas, uma de maior cilindrada, uma 675 segundo ele, que realmente tem documento, placas, e uma outra sem placas, de 180 cilindradas".
'Uma joia rara nesse mundo', relembra namorada de mulher morta a tiros em Curitiba
Ana Campestrini tinha 39 anos e foi morta a tiros, em Curitiba
Reprodução/RPC
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