A CPI da Covid entra nesta semana na terceira e decisiva fase de comprovar alianças formadas entre agentes pĂșblicos e privados com o objetivo de lucrar financeiramente com o combate à pandemia. A avaliação é do vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), ao comentar depoimentos previstos para esta semana e dados obtidos pela CPI.
A Comissão Parlamentar de Inquérito visa investigar ações e omissões do governo federal e eventuais desvios de verbas federais enviadas aos estados para o enfrentamento da pandemia. A CPI foi instalada no dia 27 de abril de 2021.
"A CPI inaugura nesta semana uma terceira, decisiva e Ășltima fase. Depois de confirmar a negligencia do governo em comprar vacinas e a existĂȘncia de um gabinete paralelo, que atuava de forma negacionista e foi responsĂĄvel pelo agravamento da pandemia, agora chegou o momento de comprovar a aliança entre agentes pĂșblicos e privados para lucrar financeiramente com o combate à pandemia", afirmou o senador ao blog.
O vice-presidente da CPI diz que a comissão jĂĄ tem indĂcios de que isso teria ocorrido durante o combate à pandemia tanto na defesa da hidroxicloroquina como também nas negociações de compra da vacina indiana Covaxin, a Ășnica que teve uma empresa intermediando as tratativas e com um preço mais elevado do que as demais.
"Alguns elementos jĂĄ vieram à tona tanto no caso da defesa da cloroquina como da compra da Covaxin. A médica Nise Yamaguchi fez 13 viagens a BrasĂlia, sendo que oito teriam sido pagas com dinheiro vivo. Não foi com cartão, nem transferĂȘncia, foi com dinheiro vivo, um procedimento atĂpico, que é muito suspeito", afirmou Randolfe Rodrigues. Nise Yamaguchi é acusada de participar do gabinete paralelo.
No caso da vacina indiana, o senador diz que o depoimento mais importante da semana serĂĄ de um dos sócios da empresa de medicamentos Precisa, Francisco Maximiano, agendado para quarta-feira (23).
"A CPI tem um documento de um inquérito do Ministério PĂșblico Federal sobre a participação da Precisa, empresa de medicamentos, que atuava como intermediĂĄria na compra da vacina Covaxin, a Ășnica em que o governo Bolsonaro mostrou um grande empenho para adquiri-la", disse o senador.
Segundo Randolfe, depoimentos de servidores indicam que ocorreram "procedimentos atĂpicos de pressão por essa vacina". O senador lembra que a Precisa vai lucrar com o contrato de R$ 1,6 bilhão para compra da vacina.
"Quem do governo negociou com a Precisa, quem participou das negociações, quem do grupo do presidente Bolsonaro pode ser ligado ao dono da empresa", indagou o senador.
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