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Política

Embaixada do Brasil procurou três empresas na Índia em 2020 em busca de cloroquina, mostram documentos


Informação consta de ofícios da CPI obtidos pela TV Globo. Estudos científicos já comprovaram ineficácia da cloroquina contra a Covid; entidades médicas condenam uso. Documentos enviados pelo Ministério das Relações Exteriores à CPI da Covid e obtidos pela TV Globo mostram que a embaixada do Brasil na Índia procurou três empresas no país em busca de cloroquina. Esses mesmos documentos foram enviados ao Ministério da Saúde em junho de 2020.

O presidente Jair Bolsonaro defende o uso do medicamento contra a Covid. Estudos científicos, contudo, já comprovaram a ineficácia do remédio para a doença.

Além disso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) diz que a cloroquina não deve ser usada como forma de prevenção; a Associação Médica Brasileira (AMB) diz que o uso de cloroquina e outros remédios sem eficácia contra Covid deve ser banido; e a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) diz que a cloroquina não tem efeito e deve ser abandonada.

Segundo os documentos, das três empresas procuradas, somente uma informou produzir o medicamento. Informou ainda ter capacidade de produzir três toneladas, ao custo de US$ 190 por quilo, e previsão mínima de entrega de 4 semanas.

Em outubro de 2020, contudo, o Ministério da Saúde informou ao Ministério das Relações Exteriores que não seria necessária a importação do medicamento. Nesse documento, a Saúde não cita a informação de que a cloroquina é ineficaz contra a Covid, diz somente que a decisão foi tomada "após consulta à área técnica pertinente".

Em setembro, um outro ofício da área técnica do Ministério Saúde detalhou a quantidade de cloroquina já adquirida pelo Brasil por meio de outras fontes.

Bolsonaro tentou convencer a Índia a enviar insumo para a hidroxicloroquina

Ligação de Bolsonaro para Narendra Modi

Documentos do Itamaraty também enviados à CPI da Covid mostram que o presidente Jair Bolsonaro telefonou para o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, para convencer o país a enviar para o Brasil insumos para a fabricação de hidroxicloroquina para o tratamento da Covid (veja detalhes no vídeo acima).

Na conversa, Bolsonaro pediu para acelerar a liberação dos insumos para duas empresas para a produção de hidroxicloroquina no Brasil, a EMS e a Apsen.

Quando a informação se tornou conhecida, a EMS declarou que sempre disponibilizou esses produtos a pacientes com prescrição médica e apoiou o principal estudo clínico do Brasil, que não mostrou efeito favorável em pacientes adultos hospitalizados com formas leves ou moderadas de Covid.

A Apsen afirmou que todas as interações com governos são por meios legais, com lisura, em conformidade com as normas do setor e com a legislação do país.

G1

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