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Segundo Anatel, objetivo é identificar áreas que não têm cobertura e analisar a viabilidade econômica para conectar essas regiões à internet de alta velocidade. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) fechou um acordo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para mapear a demanda de banda larga no país. O contrato foi assinado em abril, mas o anúncio foi feito somente nesta terça-feira (11). Segundo a Anatel, o objetivo é identificar áreas do país que não têm cobertura de banda larga fixa e móvel e analisar a viabilidade econômica e financeira para conectar essas regiões à internet de alta velocidade. "O foco do trabalho está na identificação de áreas de baixa conectividade e possibilidade de ampliação dos investimentos de forma a democratizar o acesso de banda larga", afirmou o presidente da Anatel, Leonardo de Morais. O resultado do mapeamento, segundo Morais, vai ajudar no desenho de políticas para melhorar a conectividade do país. "Com informação detalhadas e confiáveis, podemos desenhar e conceber melhores políticas públicas e regulatórias", completou. Como vai funcionar A partir deste mês, o BID, em parceria com a Anatel, vai desenvolver uma plataforma para mapear a demanda não atendida de banda larga. O nome dessa plataforma será Crowdsourcing for Digital Connectivity in Brazil (C2DB). A previsão é que o mapeamento e o desenvolvimento da plataforma levem até seis meses. A expectativa é que o resultado saia em outubro. Num primeiro momento, os dados serão compartilhados com a Anatel. Depois, o BID tornará o resultado público. O mapeamento será feito a partir do cruzamento de dados demográficos e socioeconômicos. A ideia é cobrir todo o território nacional. Os resultados serão disponibilizados de maneira detalhada. "Com a ajuda da tecnologia, vai ser possível mapear todo o território nacional, com uma granularidade bastante fina, tamanho de um campo de futebol", explicou Morgan Doyle, representante do BID no Brasil. Segundo Doyle, a iniciativa é inédita na América Latina. O projeto é financiado pelo BID Invest, braço de investimento do banco . O custo é de US$ 250 mil. Não há recursos orçamentários da Anatel. Doyle afirmou, ainda, que o Brasil precisa investir cerca de US$ 20 bilhões para que alcance a média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de penetração de banda larga. A OCDE reúne as maiores economias do mundo. “Durante a pandemia e o futuro, prover os brasileiros de todas as regiões com conexões [de internet] rápidas e estáveis é essencial para a economia, educação, saúde, inclusão social e tantas outras áreas”, afirmou Doyle. “É preciso entender de forma estratégica onde aplicar de forma otimizada os recursos [para expansão da conectividade]”, completou.