'Pazuello como ministro da Saúde foi uma decisão de risco', diz Mourão

Por Redação em 07/05/2021 às 10:51:36
Vice apontou que ex-ministro da Saúde, que é militar e foi nomeado por Bolsonaro, terá que prestar esclarecimentos à CPI da Covid, mas defendeu que ele vá em trajes civis. O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta sexta-feira (7) que a nomeação do general Eduardo Pazuello para o cargo de ministro da Saúde foi "uma decisão de risco" do presidente Jair Bolsonaro.

Demitido do cargo em março, Pazuello deveria ter sido ouvido nesta semana pala CPI da Covid. Entretanto, ele pediu para que o depoimento fosse adiado sob a alegação de ter tido contato com dois militares diagnosticados com a doença.

"Acho que, independente de ser general da ativa ou da reserva, a colocação do Pazuello como ministro da Saúde foi uma decisão de risco, independente disso aí. Óbvio que agora, com essa questão da CPI, o Pazuello não pode se furtar a comparecer e prestar lá o seu depoimento", disse Mourão.

O depoimento de Pazuello foi remarcado para 19 de maio.

Mourão também defendeu que Pazuello não vá à CPI depor em trajes militares, já que foi convocado pela comissão na condição de ex-ministro da Saúde.

"É óbvio que ele vai ser pressionado, então, ele tem que manter a calma. Existe um velho ditado militar que sempre diz o seguinte: cabeça fria no corpo quente. Então, é dessa forma que ele tem que se comportar. Não tem que ir fardado, porque ele não estava em uma função militar. Apesar dele ser um general da ativa, ele estava em uma função civil, tem que comparecer em trajes civis que era a função que ele estava exercendo. E suportar a pressão", afirmou Mourão.

Histórico

Pazuello chegou ao Ministério da Saúde em abril de 2020 como secretário-executivo. Sem nenhuma experiência na área, ele assumiu o comando da pasta interinamente, após a demissão de Nelson Teich.

A gestão de Pazuello foi marcada pela militarização do Ministério da Saúde (nomeação de militares para postos estratégicos) e pelo discurso alinhado ao do presidente Bolsonaro, o que incluiu a defesa do chamado tratamento precoce da Covid, com uso de medicamentos que têm ineficácia para a doença comprovada cientificamente.

A gestão de Pazuello também ficou marcada pela lentidão nas negociações para comprar vacinas. Foi durante a passagem dele pelo Ministério da Saúde que o país registrou o colapso no sistema de saúde, com falta de oxigênio e medicamentos para intubação de pacientes graves de Covid, provocado pela segunda onda da pandemia e o surgimento de nova cepa do vírus.

A conduta de Pazuello na crise na saúde no Amazonas virou inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF).

Fonte: G1

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