G1
O relatório divulgado pela ONG Repórteres Sem Fronteiras destaca ataques do presidente Bolsonaro contra jornalistas. Brasil perdeu quatro posições no ranking mundial de liberdade de imprensaO Brasil perdeu quatro posições no ranking mundial de liberdade de imprensa, divulgado pela ONG Repórteres Sem Fronteiras. O relatório destaca ataques do presidente Jair Bolsonaro contra jornalistas.A organização Repórteres Sem Fronteiras avaliou a segurança dos jornalistas, independência dos meios de comunicação, casos de agressões e transparência para obter informações em 180 países.O Brasil ocupa agora a posição 111 num total de 180 países - atrás da Etiópia, Kuwait, Líbano e Bolívia. É o quarto ano consecutivo de queda.O Brasil está na chamada parcela vermelha - países onde a situação da imprensa é considerada difícil - e a um passo de entrar no pior nível de liberdade de imprensa, a preta.Segundo a ONG, o agravamento da crise sanitária piorou a situação no mundo todo. Nesse quadro, apenas 12 países têm um ambiente considerado favorável ao trabalho jornalísticoNa América Latina, jornalistas foram acusados de semear o pânico e superestimar a crise, apesar dos números que atestam a gravidade da pandemia. O estudo mostra que a queda de países da América Latina no ranking tem relação direta com o negacionismo na pandemia.Na Guatemala, o presidente Alejandro Giammattei sugeriu colocar os meios de comunicação em quarentena.O documento reforça que os presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro, e da Venezuela, Nicolás Maduro, disseminaram desinformação e recomendaram o uso de medicamentos sem eficácia comprovada.Em relação ao Brasil, especificamente, a organização Repórteres Sem Fronteiras considera que o país vive "um ambiente tóxico para a imprensa", "desde que Jair Bolsonaro chegou ao poder em 2018".O documento ressalta que "insultos, estigmatização e orquestração de humilhações públicas de jornalistas se tornaram a marca registrada do presidente, sua família e seu entorno e que esses ataques dobraram de intensidade desde o início da pandemia de coronavírus.” Segundo a ONG, os ataques têm objetivo de desviar a atenção do que considera uma “gestão desastrosa da crise sanitária".O secretário-geral, Christophe Deloire, afirmou que, em 70% dos países avaliados, o jornalismo está completamente cerceado ou seriamente impedido, e disse que, em um mundo onde há cada vez mais disseminação de fake news, o jornalismo é a melhor vacina contra o vírus da desinformação.O Palácio do Planalto não quis se manifestar.