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Moro diz que não tem arrependimentos pelo seu trabalho no âmbito da Lava Jato

Por Redação em 29/03/2021 às 21:50:56
Em live com empresários e políticos, o ex-juiz Sergio Moro disse que a operação pode ter cometido algum erro, mas negou que tenha sido de forma intencional. Ex-juiz Sergio Moro diz que não tem arrependimentos pelo trabalho no âmbito da Operação Lava Jato

O ex-juiz Sergio Moro afirmou que não tem arrependimentos pelo seu trabalho no âmbito da Operação Lava Jato. A declaração foi dada em uma live, na noite deste domingo (28), com empresários e políticos, com o tema “O Brasil contra a corrupção”. Moro disse que a operação pode ter cometido algum erro, mas negou que tenha sido de forma intencional.

O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, anulou as condenações do ex-presidente Lula na Lava Jato do Paraná e transferiu os processos para a Justiça Federal em Brasília. Com isso, Lula recuperou os direitos políticos e voltou a ser elegível. Na semana passada, foi a vez de a Segunda Turma do Supremo considerar Moro parcial na condenação de Lula no caso do triplex do Guarujá.

Na live, Moro explicou porque decidiu a condução coercitiva de Lula, um dos argumentos usados pelo Supremo para considerar que o então juiz foi parcial.

"Pode ter tido algum erro. Pode ter tido algum erro aqui ou ali, mas algo intencional, algum abuso, não houve nada. Tudo tem uma explicação muito clara. Por exemplo, houve lá muito questionamento recente sobre a condução coercitiva do ex-presidente para prestar depoimento. No fundo, era um procedimento, na época, padrão. Posteriormente isso foi questionado no Supremo e houve uma decisão de seis a cinco dizendo que não podia realizar condução coercitiva sem prévia intimação da pessoa para depor. Mas na época era algo que vários juízes aplicavam e, normalmente, nós fazíamos isso para evitar a decretação de uma prisão temporária de cinco dias, que era uma medida mais grave", explicou.

O ex-juiz Sergio Moro também negou que tenha havido uma aliança entre ele e os procuradores da força-tarefa do Paraná para perseguir acusados e citou que absolveu diversos réus e acolheu argumentos das defesas. "Quando a gente vai aos fatos, e os fatos dizem '20% dos acusados foram absolvidos'. Cadê o conluio entre juiz e promotores, como muitos falam? Indeferi 'n' requerimentos da polícia e do Ministério Público. Não com orgulho de fazer isso, mas porque era o meu entendimento. Assim como deferi muitos das defesas e indeferi também das defesas. E quem lembra dos fatos da época sabe quem era tratado com hostilidade nesse processo e quem não tratava os outros com hostilidade. Como eu disse aqui, sempre tratei todo mundo com respeito. Dificilmente até levantava minha voz. Ouvia até algumas coisas que me pareciam inapropriadas, se fosse, por exemplo, na Corte de Justiça dos Estados Unidos, a pessoa sairia presa por 'contempt of court', mas nós aqui não temos esse sistema, e sempre achei prudente diminuir o calor em vez de aumentar", disse Moro.

Sergio Moro afirmou que tem muito orgulho no seu trabalho como juiz da Lava Jato e disse que não houve criminalização da política por parte da Justiça. "Quando se fala em abusos e excessos ou erros, nós temos que ir aos fatos analisar cada caso para ver se realmente houve essa situação. Quando se fala em criminalização da política, vamos lá ver se a pessoa foi processada e condenada por suborno ou por opinião política. Se vários políticos tinham como natural receber suborno de empresas, quem criminalizou a política foram esses políticos, não a Justiça. A Justiça não cria fatos. A Justiça revela o que estava acontecendo através da investigação e depois do julgamento. Tudo isso para dizer que eu não me arrependo de nada. Pelo contrário, tenho muito orgulho do trabalho que foi feito na Operação Lava Jato", afirmou.

Sergio Moro citou ainda a música da cantora francesa Édith Piaf para dizer que não se arrepende de nada, porque trabalhou com seriedade no combate à corrupção. "Se há uma tentativa de desconstruir com base em narrativas que, com todo o respeito, não correspondem à realidade, eu sei que essa não é a minha responsabilidade. Eu inclusive deixei a toga para ir ao Ministério da Justiça, uma decisão que muita gente entendeu que é errada e eu respeito, eu não sou o dono da verdade, mas eu fui porque eu vi a oportunidade de, como ministro, construir políticas públicas consistentes para consolidar avanços anticorrupção. Mas não me arrependo. Dá para tocar ao fundo a Édith Piaf, 'Je ne me regrette rien'. Acho que foi um trabalho importante e o valor desse trabalho é reconhecido pela população brasileira, porque é um trabalho que foi feito com seriedade. Um trabalho de combate à corrupção que não é, como disse, a finalidade última da República, mas é algo importante para gente ter um país melhor".

Fonte: G1

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