FHC: Não sou a favor do Bolsonaro, mas pedir impeachment agora é oportunismo

Por Redação em 09/04/2020 às 11:23:31

Embora declare que não é a favor do presidente Jair Bolsonaro, e ter dito que não votou nele, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se posicionou contra um impeachment. "Agora, é oportunismo."

Em entrevista ao Jornal da Manhã, FHC lembrou que para depor um presidente democraticamente são preciso três condições. "Ele tem que ter feito algo contra a Lei maior, tem que deixar de governador por pressão do congresso e o povo precisa ir às ruas pedir. Não é isso o que está acontecendo."

FHC chamou o desejo por um impeachment de Bolsonaro de "sonho de uma noite de verão" de quem é contra. "Eu sou contra ele, não votei nele. Mas não acho que esse seja a hora. Inclusive, espero que o presidente aprende no exercício do cargo que precisa tomar mais atenção e falar com menor intolerância."

Ele sinalizou, no entanto, que os panelaços que aconteceram nos últimos dias "são sintomas que não está tudo tão bem" — mas não sabe dizer se isso vai refletir na questão eleitoral. "Mas deve ter alguma reação de alguma liderança porque o que temos hoje não é conservador, é retrógrado."

O ex-presidente afirmou que defende uma liderança centro progressista. "Centro porque extremismo leva a discussão polarizada entre agentes que não entendem. E progressista porque o povo ainda é desigual, ainda tem miséria. Precisamos de mais igualdade, democracia, respeito a lei e ordem."

Doria candidato em 2022

Fernando Henrique "não tem dúvidas" de que, hoje, o governador do Estado de São Paulo, João Doria, se sobressai diante de outros possíveis candidatos à Presidência em 2022. "Ele fala na TV e na internet, mostra que está fazendo. Não é único governador que faz isso, claro, posso citar o Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, também."

"É cedo para pensar em candidatura, mas ele é quem tem mais condições analisando um cenário com ACM Neto, Luciano Hulk, Rodrigo Maia, lideranças do PT no Nordeste ou até Fernando Haddad."

FHC, que é presidente de honra do PSDB, partido de Doria, disse que sua influência hoje na legenda é relativa, mas que espera que as novas gerações sejam uma oposição que "além de ser contra, seja afirmativa".

"É um momento muito delicado, em que faltam referências e lideranças. É preciso ter consciência que isso vai mudar uma geração. Precisamos entender isso e dar espaço ao que é novo. Eu uso internet, mas uso mal. Eu tenho que ler jornal para me informar. Temos que ter consciência dessas coisas porque é processo profundo de transformação", finalizou.

Fonte: JP

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