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Isolamento e vacinação em massa devem frear Covid em Serrana, SP, diz chefe de estudo do Butantan

Por Redação em 06/03/2021 às 06:30:38

Vinícius Alves/G1

O isolamento social, imposto pelo governo estadual ao colocar todas as regiões na fase vermelha do Plano São Paulo até 19 de março, e o estudo de vacinação em massa contra Covid-19 podem ajudar a frear o avanço do vírus de forma mais acelerada em Serrana (SP) do que em outras cidades, segundo o médico Marcos Borges, coordenador da pesquisa inédita do Instituto Butantan.

“Não adianta só vacinar ou só lockdown. Associam as duas coisas e o controle passa a ser mais efetivo", diz.

Membro da Diretoria Regional de Saúde 13, com sede em Ribeirão Preto (SP), o município já adota a etapa mais restritiva da quarentena estadual, que permite somente a abertura de serviços considerados essenciais, desde o dia 1º de março.

O governo do estado espera que o fechamento por duas semanas freie a transmissão do vírus nas cidades. É justamente o que o estudo do Butantan com a CoronaVac quer fazer em Serrana: descobrir se o imunizante é capaz de diminuir o avanço da pandemia na população.

Médica alerta população para uso de máscara após vacinação

No entanto, para Borges, a pesquisa não será afetada com as restrições do Plano São Paulo, já que, na visão dele, a fase vermelha não é um fechamento completo e ainda permite que o vírus continue circulando em determinados locais.

"Não interfere. Uma que a fase vermelha não consegue controlar tudo. Os países que fizeram lockdown ficaram dois, três meses fazendo. Você não consegue interromper toda a transmissão viral”, afirma.

Serrana (SP): apesar de vacinação em massa, cidade também tem restrições contra Covid-19

Vinícius Alves/G1

Avanço em 2021

Conforme a última atualização da Secretaria Municipal de Saúde, divulgada na sexta-feira (5), Serrana registra 2.811 casos de Covid-19 e 59 mortes desde o início da pandemia.

Os meses de janeiro e fevereiro foram os que tiveram mais confirmações, com 706 e 484 diagnósticos. Ao somar com os 39 registrados em março até agora, são 1.229 diagnósticos positivos, equivalentes a 43,72% de todos os casos desde abril de 2020.

Para conter o avanço, o médico acredita na combinação fechamento-vacinação. Para ele o município pode apresentar um bloqueio à doença de forma mais rápida.

“A gente vai comparar, por exemplo: Serrana está transmitindo 10% e reduziu para 1% porque tem a vacinação [em massa]. As outras reduziram 10% para 5%. Você consegue comparar a velocidade de redução nas diferentes cidades. Acaba tendo um comparativo com outra cidade. Como a pandemia é cíclica, sempre tem que comparar com outra cidade. É fundamental a comparação”, explica.

Ocupação máxima

Defensor da fase vermelha estadual diante da alta nas internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) exclusivas para a Covid-19, Borges, que também é diretor do Hospital Estadual de Serrana, relata que a cidade também enfrenta esgotamento de leitos.

Uma das referências na região de Ribeirão Preto (SP), a unidade tem 36 leitos SUS exclusivos para atendimento de pacientes com o novo coronavírus, sendo 12 leitos UTI, que estão todos ocupados. Nas enfermarias, a taxa de ocupação é de 79,1%.

Marcos Borges, coordenador do Projeto S em Serrana e diretor do Hospital Estadual

Reprodução/EPTV

Vacinação dentro do esperado

Dados apresentados pelo Projeto S, como o estudo foi batizado, mostram que Serrana já vacinou com a primeira dose ao menos 15.772 voluntários desde o dia 17 de fevereiro.

Esse número corresponde a 55,6% do público-alvo total da pesquisa, estimado em 28.380 moradores acima de 18 anos, exceto grávidas, lactantes e portadores de doenças grávidas, e animam o coordenador da pesquisa.

“Está excelente. Entre 1.200 e 1.400 pessoas por dia, atingindo 92, 94% de cobertura de cada área. Está dentro do esperado. Se a gente tivesse pelo menos 80% vacinado por região já estaria bom. A gente está tendo 94%. Então está até acima da nossa expectativa”, afirma.

Moradores da cidade de Serrana, interior de São Paulo fazem fila em frente a Escola Estadual Neuza Maria do Bem na periferia da cidade. O Instituto Butantã inicia vacinação em massa na cidade, o objetivo é provar eficiência da CoronaVac, vacina contra a Covid-19 (coronavírus).

JOEL SILVA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

A cidade foi dividida em quatro grupos. As regiões verde e amarela já receberam a primeira dose. A cinza pode ser vacinada até domingo (7). Depois, de quarta-feira (10) a domingo (17), moradores da zona azul encerram a primeira fase de estudos.

Os moradores receberão a segunda dose entre o 21º e o 30º dia após a primeira aplicação.

Segundo a metodologia da pesquisa, quem perder o prazo do grupo a que pertence deve esperar o cronograma do Plano Nacional de Imunização para ser vacinado contra o novo coronavírus.

“É uma coisa que a gente quer ver: O quanto que, vacinando algumas pessoas, a vacina consegue proteger as outras, porque nem todo mundo é legível. Tem mulher gestante, crianças. Esse é objetivo do estudo. Quanto que, vacinando uma boa parcela, quanto eu consigo proteger as pessoas que não tomaram, sejam os que não quiseram ou que não puderam”, explica.

Voluntários do Projeto S formam fila em Serrana, SP

Reprodução EPTV

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Fonte: G1

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