A lavradora Maria Lúcia, que foi diagnosticada com pé torto congênito assim que nasceu, conseguiu fazer a cirurgia do pé esquerdo após doações. Ela já havia feito a cirurgia do pé direito em 2016, também por meio de doações, e em outubro de 2020 conseguiu operar o esquerdo.
"Todo mundo que me ajudou, agradeço de todo o meu coração, porque se não fossem as pessoas eu não ia conseguir", falou.
Segundo a lavradora, o que incomodava ela não era o fato de ter o pé torto, mas as dores que a atrofia causava.
"Nada me incomodava, agora a dor incomodava. Eu saía, ia em festa, passeava, andava. Quando foi de uns 10 anos para cá eu não fiz mais nada disso, porque não conseguia mais ir por causa que dói", explicou.
A cirurgia para esse tipo de atrofia muscular custa em média R$ 40 mil. De acordo com o ortopedista, Leonardo Rodrigues, as doações ajudaram Maria Lúcia em todo o procedimento.
"Ela recebeu algumas doações para uso da prótese, das medicações, a questão também da mobilidade dela, carro para poder levar, para realizar as revisões comigo", disse.
Mulher com pé torto consegue realizar cirurgia após doações
Reprodução/TV Bahia
Maria Lúcia já havia realizado a cirurgia no pé direito em 2016, também por meio de doações, em um hospital particular de Feira de Santana, a 100 quilômetros de Salvador.
No entanto, ela não conseguia mais fazer as atividades domésticas por causa da atrofia no pé esquerdo e não tinha condições de pagar pela cirurgia.
Em fevereiro de 2020, Maria Lúcia deu uma entrevista ao Bahia Meio Dia, telejornal da TV Bahia, e fez um pedido.
"Vim aqui para ver se alguém tem dó de mim e aparece uma cirurgia para mim, para ver se torna a fazer o outro [pé] e eu possa usar os dois sapatos".
Em outubro do mesmo ano, ela realizou a cirurgia após conseguir novas doações. Segundo Leonardo Rodrigues, a evolução da paciente foi ótima.
"A evolução dela foi ótima, graças a Deus, deu tudo certo. Hoje o pé dela está na posição em que a gente precisa para ela caminhar. As dores melhoraram. O equilíbrio dela já está voltando aos poucos, porque é uma vida interior caminhando com os pés para dentro, completamente deformados, e agora está caminhando com o pé direitinho", comentou.
O filho de Maria, Anderson José dos Santos, disse que teve que sair do emprego de motorista para cuidar da mãe.
"A vontade maior tinha que partir dela. Essa vontade ela teve. Então a base da gente foi apoiar. Eu mesmo larguei meu trabalho para poder me dedicar a ela. Eu como filho único, foi o mínimo que pude fazer por ela", relatou.
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