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Constantino: Doria age com autoritarismo e trata paulistanos como "otários" com novas restrições

Por Redação em 24/02/2021 às 18:31:43

O governo de São Paulo determinou nesta quarta-feira, 24, uma restrição de circulação de pessoas em todo o Estado entre as 23h e as 5h a partir da próxima sexta-feira, 26, e até o dia 14 de março. Os serviços considerados essenciais, como postos de gasolina, supermercados e hospitais poderão funcionar normalmente fora desses horários e o transporte público não deve ser afetado. Segundo o governador João Doria, os trabalhadores que estiverem indo ou voltando do trabalho também não estarão passíveis de multa. “Nós não iremos evidentemente punir ninguém que estiver retornando para a sua casa. O transporte público não será interrompido. Ele será restringido, limitado, mas não interrompido. Nem vamos penalizar alguém que trabalhou até 22h, por circunstâncias pega dois transportes para chegar até a sua casa e excede o horário de restrição. Ele chegará à sua casa e não será multado. É preciso bom senso, estamos trabalhando dentro do bom senso”, afirmou. O reforço da vigilância deverá ser feito com equipes da polícia militar, da vigilância sanitária e do Procon.

Em recado ao Ministério da Saúde, o governador voltou a repetir a necessidade da agilidade na compra de vacinas. “Precisamos de mais vacinas, o Brasil precisa de mais vacinas, por favor, comprem mais vacinas. Outras vacinas também são necessárias. Precisamos das vacinas da sputnik, da Pfizer, da Jenssen, da Moderna, e toda e qualquer vacina que aprovada pela Anvisa ou por entidade internacional equivalente possa ser adquirida pelo Ministério da Saúde e disponibilizada aos brasileiros”, afirmou, considerado como “não razoável” o que considerou a “relutância” na compra de vacinas. O Ministério da Saúde apresentou duas orientações diferentes sobre a imunização nos últimos dias. Enquanto na última semana, a pasta comandada por Eduardo Pazuello afirmou que todos os imunizantes deveriam ser administrados no público sem reserva de segunda dose. Agora, a determinação mudou. Questionado sobre o assunto, Doria ironizou o governo e classificou o caso como “samba do ministério louco”. As polêmicas envolvendo a restrição de circulação em São Paulo foram tema de debate entre os comentaristas do programa “3 em 1”, da Jovem Pan, nesta quarta-feira, 24.

Rodrigo Constantino acredita que o que o governador vem fazendo deve ser considerado como lockdown e afirmou que não sabe nem se as atitudes tomadas por Doria são constitucionais. “João Agripino Doria hoje é o que? Um populista autoritário preso no próprio labirinto que ele criou, de narrativas e com essas fases ridículas, com essas corezinhas, que não entregam resultados”, pontuou. Ele afirma que a fala sobre vacina dada por ele nesta quarta-feira “não passa de uma narrativa política de alguém tentando desgastar o presidente de olho em 2022” e lembra que vários países do exterior têm falta de imunizantes e outros problemas, como efeitos colaterais. “A Anvisa tem um compromisso com a saúde da população, além de tudo ela precisa receber os pedidos para avaliar. O governador cita vacinas que não entraram ainda com pedido na Anvisa. O que é que ele queria? Que o governo tivesse comprado e ignorasse a própria vacina? É pura demagogia”, afirmou. O comentarista disse que não há evidências científicas de que o lockdown funciona e que o mundo já atravessou outras pandemias semelhantes no último século. “O que é sem precedentes é a reação, é esse tipo de postura autoritária que o governo de São Paulo vem adotando”, afirmou. “Tudo isso é uma tremenda palhaçada, só que o palhaço é o povo paulistano, tratado como otário pelo governador autoritário. Talvez seja a proximidade excessiva com o regime chinês”, criticou.

Diogo Schelp afirmou que duvida da capacidade de fiscalização do governo para o estado inteiro e disse que a coletiva desta quarta foi confusa e atrapalhada, já que a princípio passou para os jornalistas a impressão de que um novo lockdown seria anunciado, o que não ocorreu. “O que foi anunciado é um esforço de fiscalização, é isso que você falou. Na verdade essas restrições já existiam, mas nunca houve de fato um esforço de fiscalização verdadeiro”, afirmou, lembrando do episódio recente no qual o fechamento de comércios no fim de semana foi anunciado, mas vários comércios de rua “entreabertos” foram flagrados. “Aqueles que seguem as regras acabam sendo penalizados e aqueles bares e boates que funcionam ilegalmente não, principalmente por falta de fiscalização”, afirmou. O jornalista lembrou que a principal preocupação mostrada na coletiva é com bares e festas privadas que têm aglomerações constantes e contribuem na ocupação extrema dos leitos da cidade. Ele lembra que as medidas anunciadas anteriormente, durante o período de festas de fim de ano e Carnaval, se mostraram pouco úteis e lembrou que a medida anunciada nesta quarta é impopular e pode causar risco para Doria.

Marc Sousa acredita que o efeito prático da proibição de circulação nas madrugadas é nulo, já que não são uma novidade. “O Paraná adota esse mesmo sistema de toque de recolher entre onze horas da noite e cinco horas da manhã desde o dia 2 de dezembro e ele vem sendo prorrogado desde então. Sabe o que aconteceu? Os casos aumentaram no estado”, afirmou. Segundo dados, em dezembro o estado tinha 1.138 internados em UTIs particulares e públicas com a Covid-19. Hoje, o número é de 1.471. “A prova que o lockdown não é visto por boa parte da população como solução é que o governo de São Paulo tenta rebatizar a medida. Na coletiva, o João Doria fez questão de reforçar que a medida não é um lockdown, não é um toque de recolher, até pediu textualmente para que os repórteres que lá estavam refizessem suas matérias. O Bolsonaro frequentemente é tido como censor geral da república, mas o governador de São Paulo nesta coletiva pediu aos repórteres que fizessem a leitura que ele considerava correta”, afirmou. Para ele, além de confusa, a coletiva foi autoritária e o nome “restrição de circulação” foi feito por marketeiros para tornar a aparência da medida mais leve.

Confira o programa “3 em 1” desta quarta-feira, 24, na íntegra:

Fonte: JP

Tags:   Brasil
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