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Nova variante do coronavírus já foi identificada em 9 municípios do AM

Por Redação em 29/01/2021 às 17:38:37
Cerca de 91% das amostras analisadas em janeiro foram confirmadas com a nova variante do vírus. Monitoramento é realizado por pesquisadores da Fiocruz Amazônia. Mutações na nova variante podem deixá-la mais infecciosa.

Getty Images via BBC

Um total de 11 cidades do Amazonas já registram, até o momento, infecções pela nova variante do novo coronavírus. A nova cepa foi encontrada em 91% dos genomas sequenciados no Estado em janeiro, e é responsável pela maioria do casos da Covid-19 atualmente, informou o virologista e vice-diretor de Pesquisa e Inovação da Fiocruz Amazônia, Felipe Naveca.

No dia 10 de janeiro, o governo japonês anunciou que encontrou a variante em quatro viajantes que estiveram no estado amazonense e voltaram ao Japão no dia 2 deste mês. Outros estados brasileiros, como São Paulo, também investigam casos suspeitos.

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De acordo com o pesquisador, infecções pela nova variante - chamada de P.1 - foram constatadas em 60 pacientes entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano, em 9 municípios: Manaus, Rio Preto da Eva, Careiro, Anori, São Gabriel da Cachoeira, Iranduba, além de Presidente Figueiredo, Tabatinga e Manacapuru.

Os resultados foram positivos em 51% das 55 amostras analisadas no último mês de 2020. Já em janeiro, o percentual foi de 91% dos 35 casos coletados.

A descoberta da nova cepa acontece no momento em que o Amazonas enfrenta um segundo surto da Covid-19, com aumento expressivo de internações, que refletiram em uma crise da falta de oxigênio nas unidades de saúde.

"É um forte indicativo que ela (nova variante) é uma das responsáveis pelo aumento do número de casos no Amazonas, todavia não acredito que seja o único motivo. A diminuição do distanciamento social, principalmente no período do Natal e Ano Novo, também foi um fator fundamental para espalhar a variante", informou Naveca.

Pesquisadores de diversas instituições ainda analisam o potencial de transmissão da variante. Segundo a Fiocruz Amazônia, essa nova variante carrega mutações que já foram associadas à maior transmissão, mas ainda não é possível afirmar se ela é mais transmissível ou não. "Nós falamos com o rigor científico, que nesse momento não dá para ter 100% de certeza", disse.

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Novas linhagens

Desde março de 2020, já foram sequenciados 250 genomas, sendo 177 provenientes de Manaus e os outros 73 de 24 municípios do interior, segundo a Fiocruz Amazônia. Foram identificadas 18 linhagens do SARS-CoV-2 no Amazonas, destacam-se em frequência a B.1.1.28 (33,6%), B.1.195 (18,8%), B.1.1.33 (11,6%) e, desde dezembro de 2020 a emergência da linhagem P.1.

Há outras variantes?

Sim. Nas últimas semanas, autoridades sanitárias notificaram o aparecimento de variantes que geram preocupação em outros lugares do mundo.

A Organização Mundial da Saúde está acompanhando de perto cepas detectadas no Reino Unido e na África do Sul. Os dados indicam que elas são mais transmissíveis que as versões anteriores.

O epidemiologista Jessem Orellana aponta que essa característica também pode estar na presente na variante encontrada em Manaus, porque ela tem semelhanças genéticas com a do Reino Unido. "Não seria nenhuma grande surpresa", aponta o especialista.

Na última sexta-feira (22), o primeiro ministro do Reino Unido, Boris Johnson, afirmou que a nova variante encontrada no país pode ser mais letal do que as linhagens já conhecidas. Mas as pesquisas continuam em seu estágio preliminar.

"Além de se espalhar mais rápido, agora parece que há evidências de que a nova variante pode estar associada com uma taxa maior de mortalidade", disse o primeiro-ministro.

Mesmo que as novas linhagens do vírus não sejam mais agressivas, o fato de elas afetarem mais gente pode ter um impacto no número de óbitos.

O que fazer para se proteger?

Enquanto não temos mais informações a respeito das novas linhagens, as medidas de prevenção continuam as mesmas. A recomendação é que as pessoas fiquem o máximo de tempo possível em casa e sempre usem máscaras quando precisarem sair.

Arejar e ventilar os ambientes também é muito importante. Lavar as mãos com frequência com água e sabão ou álcool em gel é outra medida essencial.

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Fonte: G1

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