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Polícia diz que usuário do iFood que chamou entregador de macaco não estava em Goiás quando fez pedido

Por Redação em 29/12/2020 às 19:32:46
Por mensagem, usuária disse que não receberia entrega por o funcionário ser negro. Empresa afirma que já baniu o usuário Entregador Elson Oliveira foi vítima de racismo em Goiânia, Goiás

Reprodução/TV Anhanguera

A delegada Sabrina Leles, que investiga o crime de racismo contra um entregador do iFood em Goiânia, apurou até esta terça-feira (29) que o usuário não estava em Goiás quando fez o pedido. Os dados usados para criar a conta são todos falsos, inclusive o CPF informado no cadastro pertence a uma criança de três anos de idade.

O G1 solicitou posicionamento do IFood nesta terça-feira (29) sobre as medidas de segurança que a plataforma adota para evitar que usuários falsos sejam criados e aguarda retorno.

O caso aconteceu em 25 de outubro. A vítima do racismo foi o entregador Elson de Oliveira, de 39 anos. Ele saiu para entregar sanduíches em um condomínio de luxo e descobriu na portaria que o endereço estava incompleto. A gerente da hamburgueria solicitou os dados corretos para a usuária.

A cliente, então, digitou:

“Esse preto não vai entrar no meu condomínio. Mandar outro motoboy que seja branco. Eu não vou permitir esse macaco”.

Mensagens mostram cliente chamando entregador de macaco, em Goiânia, Goiás

Reprodução/TV Anhanguera

Dados falsos

Segundo a delegada Sabrina Leles, a conta foi criada a poucos minutos antes de fazer o pedido para a hamburgueria. Por isso, a polícia acredita que o perfil foi gerado com o intuito de praticar o racismo.

Essa mesma conta realizou um segundo pedido em outro restaurante, que foi cancelado pelo próprio estabelecimento porque o entregador não encontrou o cliente. Esse restaurante não registrou boletim de ocorrência.

"Esse perfil também foi extinto pouco depois de enviar as mensagens criminosas. O nome da mulher usado no cadastro não existe e não condiz com o CPF, que é de uma criança de três anos", informou Leles.

Foi usado um número de telefone fixo para fazer o cadastro, e que a delegada apurou que não existe no sistema da Embratel. O e-mail do usuário informado também é falso.

Mensagens racistas

A gerente da hamburgueria enviou mensagem à cliente para saber o endereço correto, já que faltavam dados. Depois, quando a funcionária pediu à moradora que autorizasse a entrada do entregador, a mulher se recusou.

“Esse preto não vai entrar no meu condomínio. Mandar outro motoboy que seja branco”, escreveu a cliente.

A gerente negou-se a atendê-la. Em seguida, a moradora chamou o motociclista de macaco.

Na troca de mensagens, a gerente afirmou que racismo não seria tolerado e que o pedido não seria entregue. A cliente, então, escreveu: “Adeus. Não uso restaurante judaico”.

Fonte: G1

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