Oswaldo Eustáquio pediu votos a Crivella e confessou: 'eu não poderia estar aqui'. Blogueiro bolsonarista teve a prisão domiciliar decretada. Ministro diz que ele tem descumprido 'sistematicamente' as medidas cautelares, principalmente no que diz respeito a não viajar sem autorização e a não usar as redes sociais. Evento de campanha do prefeito Marcello Crivella que contou com a participação de blogueiro alvo de operação da PF, aconteceu na quinta-feira (12), três dias antes do segundo turno das eleições
Reprodução / Rede social
O blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, que teve a prisão domiciliar decretada e já havia sido preso em julho de 2020, fez um discurso em um evento de campanha do atual prefeito e candidato à reeleição no Rio, Marcelo Crivella, na quinta-feira (12).
Nesta terça-feira (17), a Polícia Federal fez buscas na casa do blogueiro bolsonarista. Além disso, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão domiciliar de Eustáquio, com tornozeleira eletrônica. Ele está sendo investigado no inquérito que investiga a organização e o financiamento de atos antidemocráticos.
O blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, preso pela PF em junho, teve a prisão domiciliar decretada.
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O discurso gravado em vídeo, publicado no blog do jornalista Ruben Berta e disponível no Youtube, apresenta Oswaldo Eustáquio alertando que "o establishment está tentando eleger a esquerda de novo", e diz que o "propósito de Deus se sobrepõe às circunstâncias", citando o prefeito Crivella.
Eustáquio, que já havia feito uma live com Crivella anteriormente, pergunta no discurso para a plateia presente, com citações bíblicas:
Oswaldo Eustáquio em evento de Crivella na semana antes do primeiro turno no Rio de Janeiro
Reprodução/Youtube
"A nossa geração é uma geração de gatekeepers. Vocês serão os guardiões dos muros, para não deixar entrar a ideologia de gênero, para não deixar entrar o aborto. E nossos filhos só vão saber da corrupção pelos livros de história, porque não vai mais haver corrupção no Brasil", afirmou.
Para encerrar seu discurso, Eustáquio pede que os eleitores "vão para a guerra", para conseguir votos.
"Eu não podia estar aqui, meus amigos, mas eu vim de Brasília para dizer que o Rio de Janeiro precisa de um homem de Deus. Nós estamos chamando Crivella. Vem Crivella, nós precisamos de você para prefeito do Rio de Janeiro"
Em junho, Eustáquio foi alvo de prisão temporária no inquérito que apura atos antidemocráticos. Ele estava em Ponta Porã (MS), fronteira com o Paraguai, e as autoridades entenderam que havia risco de fuga. Em julho, Moraes substituiu a prisão temporária por medidas cautelares.
Ao determinar a prisão domiciliar, o ministro escreveu que Eustáquio tem descumprido "sistematicamente" as medidas cautelares, principalmente no que diz respeito a não viajar sem autorização e a não usar as redes sociais.
Procurada, a defesa de Oswaldo Eustáquio afirmou que entraria em contato com o G1 posteriormente. O G1 entrou em contato com a assessoria de campanha de Marcelo Crivella, mas até a última atualização desta reportagem não tinha obtido retorno.
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