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Candidatos 'ignoram' VLT nos planos de mobilidade

Por Redação em 12/10/2020 às 09:21:52

Aquela que pode ser considerada a maior decepção do eleitor cuiabano, a obra inacabada do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), foi completamente ignorada pelos candidatos à prefeitura da Capital mato-grossense em seus planos de governo entregues ao Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT). A reportagem analisou as propostas dos candidatos na área de mobilidade urbana. Nos documentos entregues, não há nenhuma proposta para ajudar a solucionar o problema do modal na cidade.

Todos os 8 candidatos citaram as questões de mobilidade urbana na cidade. Questões como o transporte público, motoristas de aplicativo e congestionamentos nas principais avenidas foram abordadas. Apesar disso, ninguém dedicou espaço para oferecer soluções para o VLT, obra que já custou cerca de R$ 1 bilhão aos cofres públicos estaduais.

O atual prefeito, Emanuel Pinheiro (MDB), prometeu em seu programa eleitoral que concluiria sozinho o VLT, sem apoio do governo estadual. "Se me derem a honra de ser prefeito, irei propor publicamente ao governador [Pedro Taques] que conclua a obra em Várzea Grande e deixe comigo a parte de Cuiabá", disse durante a campanha de 2016.

A promessa, no entanto, nunca foi cumprida. Além disso, em seu novo programa de governo, Pinheiro também ignorou o modal. Em nenhuma das 33 páginas do documento há qualquer proposta sobre o VLT. No capítulo sobre mobilidade urbana, o prefeito fala da construção de viadutos, como os viadutos Juca do Guaraná e Murilo Domingos, além dos semáforos inteligentes.

Nesta seção, o prefeito usou a maior parte das páginas para falar sobre realizações de seu mandato. Emanuel Pinheiro citou, por exemplo, a licitação do transporte público em Cuiabá, que segundo o prefeito melhorou a qualidade de vida dos cuiabanos.

"A fim de garantir a qualidade do transporte coletivo foi realizada licitação para seleção de empresas com condições técnicas e financeiras de ofertar a toda a população um transporte público de qualidade e todas as medidas estão sendo tomadas no sentido de melhorar cada vez mais a qualidade do transporte público municipal", diz trecho.

Citação breve

A única candidata a citar nominalmente o VLT, ainda que de forma breve, foi a postulante à prefeitura de Cuiabá pelo PROS, Gisela Simona. Em seu plano de governo, com 23 páginas, Simona diz apenas que a licitação do transporte público na cidade deve ser cancelada, "por falta de uma estratégia definida para o VLT e outras demandas", é a única menção ao VLT nas propostas de Gisela e entre todos os demais candidatos.

Simona também defende uma parceria com o governo do Estado para "resolver" o modal de transporte para Cuiabá. com o objetivo de "obter uma solução à precariedade do transporte coletivo existente nos dias atuais", conforme as palavras do conjunto de propostas. Apesar de citar um "modal" e uma parceria com o governo estadual a candidata não especifica se faz referência ao VLT.

A ex-chefe do Procon em Mato Grosso também sugere, em seu plano de governo, a implantação de estacionamento rotativo na Capital através de uma concorrência pública. A ideia dela seria utilizar os recursos provenientes das receitas de multa em benefício do transporte coletivo para baratear a tarifa dos ônibus em Cuiabá.

Foco nos motoristas de App

O candidato Abílio Júnior (Podemos) também não citou o VLT em seu plano de governo. O candidato do Podemos focou nos motoristas de aplicativo de transporte individual de Cuiabá, categoria que nos últimos anos protagonizou uma série de protestos contra as tentativas da prefeitura de taxar tecnologias como Uber e 99 Táxi.

Abílio defende o fim de qualquer tipo de taxa de cadastramento dos aplicativos, uma parceria privada para instalação de bebedouros e sanitários em praças e locais públicos, além da criação de áreas de espera, com fornecimento de wifi e pontos de energia para carregar os celulares.

Em relação especificamente ao transporte público, Abílio propõe a criação de um bilhete único para quem utiliza ônibus na capital. A ideia é que o usuário pague mensal ou semanalmente e possa usar à vontade durante todo este período.

Asfalto nas linhas

O candidato pelo Patriota, o ex-prefeito e ex-deputado Roberto França, apresentou uma proposta de 8 páginas, com promessas que se dividiram em cinco eixos temáticos. No quinto e último eixo, sobre desenvolvimento urbano e infraestrutura, também não há nenhuma menção ao VLT.

Nesta parte do documento, França defende a implantação de um plano de desenvolvimento urbano na visão de longo prazo para as intervenções na infraestrutura da cidade. A promessa mais próxima do tema mobilidade urbana é a proposta feita pelo candidato de revitalizar a pavimentação asfáltica das linhas de ônibus que ligam o centro aos bairros e as ruas e avenidas com maior circulação de veículos.

Plano de mobilidade

O juiz aposentado Julier Sebastião (PT) afirma em seu plano de governo, com 48 páginas, que o principal compromisso de sua candidatura é o fortalecimento da Secretaria de Mobilidade responsável pela política de mobilidade e por conduzir a elaboração e implementação do Plano de Mobilidade de Cuiabá.

"Será priorizado o Transporte Ativo em Cuiabá, promovendo ações que devolvam o protagonismo, com acessibilidade, conforto e segurança, de pedestres e ciclistas; e do Transporte Público e Coletivo integrado entre si e com todos os demais modos de transporte e de serviços", diz trecho do plano, que a exemplo dos demais também ignora o VLT.


Fonte: Gazeta Digital

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