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Ita Transportes Aéreos deve começar a operar com 10 aviões em 16 aeroportos nacionais a partir de 2021, segundo CEO. Grupo enfrenta recuperação judicial da unidade de transporte rodoviário desde 2016, e já tentou comprar a Passaredo há três anos. Ita Transportes Aéreos deve começar a voar em março de 2021Divulgação O Grupo Itaperimim informou que vai iniciar nesta sexta-feira (9) um processo seletivo para contratação de pessoal para a companhia área que pretende lançar, a Ita. Cerca de 600 profissionais devem ser contratados, entre pilotos, copilotos, técnicos de aeronave e comissários de bordo. A expectativa é que a companhia comece a operar em março de 2021.De acordo com Rodrigo Vilaça, CEO do Grupo Itapemirim, a empresa arrendou 10 aeronaves Airbus 320 — três delas que serão entregues ainda este ano. Para cada avião "amarelo ouro", como são chamados por conta da cor, serão necessários 67 profissionais. "Com a chegada dos jatos, naturalmente vamos contratar mais profissionais. Nossa operação no Brasil será gradativa", informou o executivo.O projeto inicial da empresa, que ainda está em aprovação na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), prevê operação em 16 aeroportos brasileiros e hubs em quatro: Guarulhos (SP), Galeão (RJ), Brasília (DF) e um último no Nordeste, ainda sem definição. O projeto do grupo capixaba, contudo, esbarra em dois grandes desafios: a crise do setor de aviação e a retomada financeira da Viação Itapemirim, que teve pedido de recuperação judicial aceito em 2016. "A recuperação judicial está desassociada da companhia área. É uma empresa nova e livre de qualquer dívida. Vamos somar uma base sólida a uma operação consistente", garantiu ele. A Viação Itapemirim ainda está leiloando imóveis e veículos para pagar as verbas rescisórias dos funcionários demitidos. A partir do dia 15 de outubro, por exemplo, será possível arrematar ônibus da empresa por lances iniciais a partir de R$ 3 mil no site da TM Leilões.Projeto do grupo Itapemirim de criar empresa de transporte aéreo surgiu com a tentativa de compra da Passaredo, em 2017Passaredo/DivulgaçãoCom planos de integrar o transporte terrestre ao aéreo, em julho de 2017 o grupo tentou comprar a Passaredo. Em setembro, contudo, a venda foi cancelada porque a Itapemirim descumpriu condições precedentes estabelecidas em contrato. "Nosso presidente queria lançar uma operação aérea regional quando tentou comprar a Passaredo. Mesmo com a pandemia, entendemos que temos um leque de oportunidades para lançar um projeto de aviação nacional", disse Vilaça, CEO do grupo, ao G1.Crise do setor aéreoA Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata) divulgou nesta terça-feira (6) que o segmento queimará US$ 77 bilhões em caixa no mundo no segundo semestre de 2020, apesar da retomada das operações — o equivalente a US$ 13 bilhões por mês ou US$ 300 mil por minuto.De acordo com a entidade, a recuperação lenta do setor aéreo no mundo fará com que as empresas tenham uma queima de caixa de US$ 5 bilhões a US$ 6 bilhões por mês em 2021. De acordo com a Iata, o setor não deve registrar um saldo de caixa positivo até 2022.Apesar do cenário de turbulência, Vilaça acredita que 2021 é o momento ideal para lançar a Ita. "Nossa projeção em cinco anos é de uma empresa que vai ocupar espaço de forma gradativa no mercado. Ficamos felizes com o entusiamo das pessoas com a nova companhia. Podemos mudar o mercado da aviação brasileira nos próximos seis meses", concluiu.Vídeos: veja mais notícias de economiaO Grupo Itaperimim informou que vai iniciar nesta sexta-feira (9) um processo seletivo para contrataçãoe pessoal para sua companhia área, a Ita.